A rua 9 de Março alagada são imagens para lá de batidas durante as enchentes em Joinville há mais de cem anos. Mesmo em dia de sol, mas com maré alta, bueiros vertem água até perto do terminal central de ônibus. A obra que promete diminuir consideravelmente estas cenas – acabar é impossível – será apresentada às 19 horas desta terça-feira pela Prefeitura de Joinville na Mitra Diocesana.
Continua depois da publicidade
A série de intervenção será uma das obras mais caras da história de Joinville – R$ 66,7 milhões – e vai exigir uma boa dose de paciência de cidadãos, comerciantes, autoridades e outros envolvidos. Isto porque vai ser preciso escavar ruas da região central, inclusive a Via Gastronômica, para a passagem de galerias.
O prazo para a obra ficar pronta é de dois anos e o início das intervenções é previsto para novembro, se não houver entraves com a licitação. O projeto vai ser pago com recursos do PAC (R$ 65,2 milhões) e do próprio Município (R$ 1,5 milhão) e já teve aval da Caixa Econômica Federal. O projeto já passou por duas revisões, chegou a prever piscinões perto do Hotel Tannenhof, subiu para R$ 115 milhões e depois foi reduzido com adoção de galerias pré-moldadas e outras mudanças.
A macrodrenagem do rio Mathias, como é chamada, é uma das obras do Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDU) da Bacia do Rio Cachoeira, feito entre 2008 e 2010. O plano dá diretrizes para todas as obras de drenagem na região, que começaram pelo rio Morro Alto, no América (em fase de conclusão).
Continua depois da publicidade
O Mathias tornou-se prioridade por estar no coração da cidade – é nas margens dele que os primeiros imigrantes se estabelecem a partir de 1851, para se ter ideia.
As obras que a Prefeitura vai apresentar à comunidade terão duas intervenções distintas: uma galeria subterrânea em ruas, que vai criar um segundo leito ao Mathias, e um sistema de comportas, bombas, galeria de detenção e muro na foz atual do rio, perto do monumento à Barca Colon. A rede é só para drenagem; o esgoto vai para rede separada. Todas obras estarão detalhadas em cartilha entregue na audiência ou disponível na Prefeitura.
Trânsito
A galeria subterrânea é a que mais vai gerar transtornos ao trânsito. Ela começa no alto da rua Otto Boehm, no América, desce pela Fernando de Noronha, Jacob Eisenhuth, passa pela Visconde de Taunay (Via Gastronômica), em frente ao Shopping Mueller, pega a Jacob Richlin, um trechinho da Rua do Príncipe e toda a Jerônimo Coelho, até desaguar no Cachoeira.É para escoar água da chuva das partes altas do Mathias.
Continua depois da publicidade
Para amenizar o incômodo, as galerias serão feitas em meia-pista e por quadras (abre um trecho, coloca-se a galeria, fecha-se e parte-se para o próximo). Entre a rua Expedicionário Holz e o Rio Cachoeira, isto é, todo o Centro, vai haver barulho de bate-estacas, porque o solo é mole e as galerias terão de ficar sobre estruturas de concreto. A galeria de retenção e o sistema de bombas entre o terminal de ônibus e o monumento à Barca Colon serão feito sobre praças e devem gerar menos transtornos.
O quê: apresentação das obras de drenagem do Rio Mathias pela Prefeitura de Joinville
Quando: terça-feira, às 19 horas
Onde: Mitra Diocesana, rua Jaguaruna, 147, Centro
Quanto: gratuito e aberto a quem quiser participar