Em 2015, os ciclistas de Jaraguá do Sul devem contar com um novo percurso para trilhar. A Ciclovia do Trabalhador, projeto da Prefeitura da cidade, será um trajeto que cortará a cidade de Leste a Oeste, interligando dois pontos distantes. Partindo do bairro Nereu Ramos, a ciclovia passará pelo Centro e conectará trechos já existentes de ciclofaixas. Depois, seguirá até o bairro Centenário. No total, serão 9,5 quilômetros de extensão.

Continua depois da publicidade

:: Confira mais notícias de Jaraguá do Sul e região ::

Os trâmites para a conclusão da ciclovia ainda são longos, porém, a expectativa da administração municipal é começar a obra em 2015. O prefeito Dieter Janssen informa que uma licitação será lançada no início do próximo ano para contratar uma empresa que irá elaborar o projeto executivo da ciclovia. Além disso, também será licitada a realização do levantamento topográfico de todo o percurso.

Continua depois da publicidade

Somente após a entrega dos documentos será possível obter o orçamento da obra, porém a verba já está garantida. São cerca de R$ 2 milhões oriundos do Fundo do Trânsito, que reúne os valores arrecadados com multas na cidade – e que só pode ser investido para melhorias no trânsito.

A arquiteta e urbanista do Instituto Jourdan, Maria Dalpiaz, é uma das responsáveis pelos projetos das ciclovias na cidade. Ela explica que o traçado da Ciclovia do Trabalhador cortará a cidade justamente em um sentido que conta com menor malha viária – em Jaraguá do Sul, o fluxo principal é de Norte a Sul.

A ideia é permitir o acesso da bicicleta em pontos onde há menos vias de trânsito, dando mais oportunidades aos ciclistas. As ciclofaixas já existentes no Centro de Jaraguá do Sul serão interligadas a este novo projeto, que acompanha os trilhos do trem. Maria explica que são quatro trechos.

Trechos interligados

O primeiro tem dois quilômetros e começa na rua Germano Wagner, fundos da empresa Zanoti e continua até a rua João Rodolfo Florenço Los, próximo à Bernardo Dornbusch. O segundo trecho é uma ligação entre os fundos da antiga estação ferroviária até os fundos do Museu da Weg, em 700 metros de percurso. O terceiro também cria uma ligação entre duas ciclofaixas já existentes e será da rua João Francisco de Paula até a Affonso Nicoluzzi, no Rau, com 250 metros de extensão. Uma ciclovia já liga a Affonso Nicoluzzi à Universidade Católica e é daí que parte o quarto e último trecho da Ciclovia do Trabalhador. São sete quilômetros até a rua Luiz Sarti, em Nereu Ramos.

Continua depois da publicidade

Mais do que permitir acesso de trabalhadores, esse último trecho também deve ter a predileção de cicloturistas, já que passa por uma região bucólica da cidade, marcada por uma paisagem rural que já atrai visitantes. Todo o percurso foi criado para acompanhar os trilhos, aproveitando a faixa de domínio da ALL – ainda é necessário receber a concessão de uso desse espaço, que já foi solicitada.

Criar este traçado paralelo ao trem gera segurança para os ciclistas, já que há menos pontos de intersecção com ruas. Além disso, para garantir mais tranquilidade, está prevista a instalação de postes de iluminação, especialmente nos trechos afastados do Centro.

Uma aposta para melhorar o trânsito

Em Jaraguá do Sul, as ciclovias são mais que uma garantia de segurança para quem já utiliza a bicicleta, mas uma aposta no trânsito do futuro da cidade. Visando a sustentabilidade e desafogar o fluxo de veículos, a expectativa da Prefeitura é de ver a população migrar de meio de locomoção, deixando os carros na garagem e colocando as magrelas nas ruas.

Presidente do Instituto Jourdan, Benyamin Parham Fard conta que, após a implantação das ciclofaixas no Centro da cidade, foram feitas medições e foi verificado um aumento de 30% na circulação de ciclistas – isso com apenas uma semana de uso.

Continua depois da publicidade

– A percepção visual é de que houve um aumento de uso, pois as pessoas se sentem aptas a usar a via, que é para eles – diz.

Outras medições não foram feitas, mas o Plano de Mobilidade Urbana, que será entregue no ano que vem, deve indicar as necessidades para as bicicletas.

A simples percepção do uso desses espaços cria a convicção de que, onde houver ciclovias, haverá ciclistas. Parafraseando um jargão holandês, “construa e eles virão”, Benjamin afirma que cabe ao Poder Público criar as possibilidades e aguardar, pois gradativamente as ciclovias e as bicicletas são incorporadas à vida da população.

Chance de explorar outros espaços

Para muitos moradores, que dependem ou escolhem a bicicleta para fazerem seus percursos, contar com mais trajetos é um impulso a mais para pedalar.

Continua depois da publicidade

Osvaldo Forlin, morador do bairro Baependi e funcionário da Weg pedala diariamente até a empresa. Em boa parte do trajeto, as ciclovias garantem a segurança, porém, ainda não há 100% do trecho com o espaço destinado à bicicleta. Para ele, que opta por deixar o carro em casa na hora de sair, ter mais ciclovias é ter mais segurança e a chance de explorar outros espaços da cidade.

Kennedy Edson de Quadra é outro jaraguaense que têm na bicicleta o seu meio de transporte. Todos os dias, ele percorre o trajeto de sua casa, perto da rótula do bairro Água Verde, até o fim da rua Marechal Deodoro da Fonseca, no Centro. São cerca de 20 minutos de pedalada, seguindo por trechos de ciclovias.

– Onde tem ciclovias, eu uso. Poderia ir pela Vila Lenzi e, apesar de ter a subida, é mais perto. Se não tem ciclovia, eu mudo o percurso – diz ele, que é copeiro.

Para Kennedy, não são apenas as vias centrais que merecem atenção. Ele indica a importância de criar ciclovias nos bairros. O policial militar Aparecido Donizeti Gonçalves tem a mesma percepção. Ele, que observa de perto o trânsito, nota a falta do espaço nos bairros, além de indicar a falta de iluminação em muitos trechos.

Continua depois da publicidade