Prefeitura de Ilhota planeja reabrir o Parque Botânico do Morro do Baú

Quatro anos e seis meses após ser fechado em decorrência da tragédia climática de novembro de 2008, que vitimou 135 pessoas em todo o Estado – 47 delas em Ilhota -, a prefeitura dá início aos trâmites para reabrir o Parque Botânico do Morro do Baú. Com o anteprojeto para a reconstrução pronto desde o início desta semana e o laudo que garante que a área está segura, emitido pela Defesa Civil Estadual em fevereiro, falta a autorização do Herbário Barbosa Rodrigues, responsável pela administração do espaço, para que o local comece a ganhar vida. Atualmente, na área que antes abrigava camping, bromeliário e quiosques, há apenas a vegetação que se recompôs e as marcas de vandalismo deixadas na mata e na estrutura do parque.

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A intenção de fazer o parque funcionar novamente já existe desde o início do ano e o pedido de avaliação da área pela Defesa Civil estadual foi feito em fevereiro, relata o secretário de Turismo de Ilhota, Miro Santos:

– Este é um desafio para nós, já que, além de resgatar um patrimônio e estimular o turismo, queremos reconstruir a história e a memória do povo que ficaram paradas naquele novembro de 2008. Com o projeto em mãos, o primeiro passo é conseguir a liberação do Herbário para mexer no parque, depois vamos limpar a área e buscar apoio para fazer as reformas.

A iniciativa de reabrir o Parque do Baú traz ao rosto do proprietário do Trutas Paraíso, Emerson Amorim, um largo sorriso. O motivo da alegria é que esta é a terceira vez que Amorim retoma o sonho de ter um pesque-pague e restaurante para atender o movimento do parque. Destruído pela enchente de 2008, o local de 5 mil metros quadrados, que funciona aos sábados e domingos, foi também afetado em 2011.

– Em 2008, havia 58 dias que tínhamos o empreendimento e perdemos 6 mil quilos de truta e parte do terreno foi levado pelo rio. Quero ganhar dinheiro e dividir o paraíso com as pessoas, por isso sempre digo que a mesma água que levou vai me trazer tudo de volta – fala Amorim, com a voz embargada e com os olhos cheios de lágrimas ao relembrar a tragédia.

Reabertura é incentivo para empresários locais

Até o fim do ano, o empresário quer construir ainda um camping e dar início à obra de uma pousada no alto do morro, um sonho antigo, com o intuito de abrigar turistas de Florianópolis, Balneário Camboriú, Joinville, entre outras cidades, que costumavam visitar o local.

Para o ambientalista, ex-presidente e membro da Associação Catarinense de Preservação da Natureza (Acaprena), Leocarlos Sieves, o Baú integra a rota de ecoturismo do Vale. Sieves considera de extrema importância a reabertura do espaço para que a visitação da comunidade ajude a preservar o local de vândalos e para que as pessoas possam ter a interação com a natureza em uma área que é um marco para a região.

Quarta-feira à tarde, o secretário de Turismo se encontraria com o coordenador do Parque Natural Municipal da Atalaia, para pedir que ele intermedeie a negociação entre a prefeitura e a ONG Herbário Barbosa Rodrigues.

O coordenador do Herbário, Ademir Reis, se negou a falar do assunto ou dar qualquer explicação ao Santa, sob o argumento de que “vocês mais atrapalham do que ajudam”.