A partir de abril, Florianópolis terá mais blitze de trânsito. Com a certificação de dois bafômetros próprios da prefeitura nesta semana e a compra de mais seis aparelhos, o plano é que a fiscalização faça parte das rotinas de noites e madrugadas da cidade e seja intensificada com a chegada da temporada de verão:
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– Vai ser algo permanente – garante o prefeito Cesar Souza Junior.
As blitze serão feitas por guardas municipais e policiais militares. O prefeito argumenta que é preciso acabar com os dados que apontam que a morte ao volante em Florianópolis é a segunda maior causa de anos de vida perdidos – cálculo que aponta o número de anos não vividos por uma pessoa que morreu antes dos 70 anos. São dados do relatório do movimento Floripa Te Quero Bem.
A mesma publicação ainda mostrou que, no município, 9,6% de entrevistados em uma pesquisa do Ministério da Saúde, feita em 2012, dirigem alcoolizados. Percentual maior do que a média nacional, que ficou em 4,6%.
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O diretor da Guarda Municipal, Jean Carlos Viana Cardoso, acredita que este hábito possa ser mudado a longo prazo, em três ou quatro anos, com a ajuda das fiscalizações de trânsito.
O que diz o prefeito Cesar Souza Junior:
Diário Catarinense – Os bafômetros já foram comprados?
Cesar Souza Junior – Nós já temos dois aparelhos próprios da prefeitura que estão sendo certificados pelo Inmetro. Além disso, compramos mais seis aparelhos. A ideia é que Guarda Municipal e Polícia Militar façam um programa de blitz bastante intenso.
DC – Em que pontos das cidade?
Souza Junior – Naqueles mais passíveis de ocorrências. Locais onde haja vida noturna mais intensa. O foco será durante a noite e na madrugada. São locais onde esse tipo de ocorrência tende a ser mais frequente. Vamos implementar esse processo de fiscalização em Florianópolis, iniciando agora e intensificando durante o verão.
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DC – Quando é esse agora?
Souza Junior – Em abril e vamos intensificar na temporada de verão. Mas durante todo o ano a fiscalização vai acontecer. Será intensa e algo permanente. É importante deixar claro que a morte ao volante em Florianópolis é a segunda maior causa de anos de vida perdidos. Essa taxa só perde para a de homicídios. É um caso de segurança pública, de saúde pública e precisa ser enfrentado. Nossos índices são elevadíssimos frente ao cenário nacional.
O que diz o diretor da Guarda Municipal, Jean Carlos Viana Cardoso:
Diário Catarinense – O senhor acredita que as blitze ajudarão a criar a cultura de dirigir sem beber?
Jean Carlos Viana Cardoso – Até então tinha fiscalização, mas era muito difícil de enquadrar, porque se a pessoa não quisesse fazer o bafômetro, não seria enquadrado no artigo do Código de Trânsito, em dirigir sob efeito de álcool. Agora o motorista tem que comprovar que não está sob influência do álcool. Ficou mais fácil em enquadrar. Com a intensificação da fiscalização isso já mudou bastante. Vejo pessoas próximas falarem: agora não dá mais pra beber. Por um copo, a pena é muito pesada. O motorista percebe que o ideal é ter a consciência e não fazer. A fiscalização é ponto fundamental para mudar a cultura.
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DC – A Guarda Municipal pode abordar e prende o motorista?
Cardoso – A Guarda Municipal firmou junto ao Estado um convênio de trânsito, e esse convênio permite que todas as atribuições estaduais previstas no Código de Trânsito Brasileiro possam ser feitas pela Guarda Municipal, inclusive prender. Se o motorista for flagrado sob influência de álcool, o guarda municipal conduz à delegacia. A gente faz barreira de trânsito e tem muita gente que desconhece e acha que a Guarda Municipal não pode pedir documento ou parar o condutor. A Guarda tem todo o poder de fazer uma fiscalização. E já faz uns seis ou sete anos que o convênio foi assinado.
DC – Qual o efetivo da Guarda Municipal? É suficiente para essas abordagens?
Cardoso – São 146 guardas municipais. Com essa nova gestão, a gente tem intensificado essa parceria com a Polícia Militar, até para otimizar o efetivo. Se eu somo os 146 guardas com os homens da Polícia Militar, torna-se uma força só. A ideia não é roubar espaço, é dividir esforços.