Recuaram as negociações para o fim da greve dos servidores, que iniciou no dia 17 de janeiro. Nesta segunda-feira, a prefeitura de Florianópolis decidiu cortar o ponto dos funcionários que cruzaram os braços. O desconto não cairá na folha de janeiro, paga no dia 02/02, mas no vencimento do mês seguinte, informou o secretário da Casa Civil, Felipe Melo.
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Segundo ele, os secretários municipais já estão enviando o controle de frequência dos funcionários que aderiram à paralisação. Melo também disse que o Executivo tomará outras medidas judiciais contra o sindicato da categoria (Sintrasem). Na tarde desta segunda, após uma assembleia em que cerca de 5 mil servidores votaram pela continuidade da greve até o dia 07 de fevereiro, os líderes do movimento foram recebidos pelo secretário. Eles exigem a revogação do projeto de lei complementar 1.591/2017, que altera o estatuto dos servidores municipais.
— O sindicato expôs como ponto de partida para encaminhar o fim da greve o envio, por parte do prefeito, de um projeto de lei revogando a que foi aprovada na Câmara. A resposta que demos é que isso não é possível, é matéria vencida, fato jurídico consumado, e no nosso entendimento, comprovamos isso com números, é extremamente necessário para que a cidade volte a se desenvolver e para que o próprio servidor tenha um plano de carreira viável — argumentou Felipe Melo.
Além da greve, os funcionários da prefeitura de Florianópolis vão tentar na Justiça a revogação da lei. Nesta segunda-feira, os grevistas fizeram novo protesto no Centro da cidade.
— Nossa assessoria jurídica está dando entrada com um processo judicial para questionar esta lei, que não poderia vigorar e já está publicada no Diário Oficial do Município — informou o presidente do Sintrasem, Alex Santos.
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A intenção dos servidores é que os trabalhadores do magistério engrossem a paralisação a partir do dia 07 de fevereiro, quando retornam de férias. Até lá, os próximos dias serão de novas manifestações em diversos bairros da cidade. Estão programados atos nos Ingleses, na UPA do Rio Tavares e na Policlínica do Continente.
Após a assembleia, fizeram uma passeata pela Avenida Mauro Ramos, causando grande congestionamento na via. Durante o percurso, a direção do sindicato recebeu a informação de que Gean Loureiro estava no prédio onde funciona a Secretaria de Assistência Social. Eles pararam o carro em frente ao prédio, gritando palavras de ordem contra o prefeito e forçaram a Guarda Municipal a liberar o trânsito na contramão da Mauro Ramos. No entanto, Gean estava se deslocando para Brasília, onde tem agenda no STF nesta terça-feira. Ao receber essa informação, os manifestantes seguiram até a prefeitura, onde o ato encerrou.
A greve dos servidores foi deflagrada no dia 17 de janeiro, antes mesmo das votações do pacotão de Gean na Câmara. O PLC 1.591/2017 suspendeu o plano de carreira dos servidores e, entre outras medidas, retirou gratificações dos servidores com até menos de 1/3 do tempo de serviço como incorporação para a aposentadoria.