A prefeitura de Florianópolis anunciou no fim da tarde desta segunda-feira (11) o rompimento do contrato com a empresa “Meu Vale”, que havia assinado com o município para fornecer o cartão pré-pago de vale alimentação para os alunos carentes da rede de ensino da Capital durante a pandemia do coronavírus. O auxílio é pago pela prefeitura enquanto as aulas não são retomadas, como forma de suprir a merenda escolar na alimentação das crianças. Trabalhadores autônomos que recebem Bolsa Família também tem direito ao cartão.
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O rompimento foi efetuado horas depois da quebra de sigilo dos processos que investigam a compra de 200 respiradores por parte do Governo do Estado, em uma negociação de R$ 33 milhões que já resultou na queda de dois secretários e vários desdobramentos na Operação 02, deflagrada no último sábado (9). A empresa é citada no processo por causa do médico Fábio Deambrósio Guasti, sócio da Meu Vale e responsável pela assinatura do contrato com a prefeitura de Florianópolis.
Fábio chegou a ser alvo de um pedido de prisão preventiva pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), que acabou negado pela Justiça, mas é um dos nomes mais citados na investigação sobre supostas irregularidades na compra dos respiradores. Ele consta no processo como representante da Veigamed – empresa contratada pelo governo – em todas as fases da negociação. Fábio teria sido, também, o primeiro a apresentar proposta para o Estado e dizer que era capaz de entregar os respiradores “em tempo recorde”.
Durante a operação no sábado, escritórios da empresa Meu Vale foram alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos em São Paulo, além de dois endereços residenciais de Fábio Guasti.
Por conta do envolvimento do empresário, a prefeitura de Florianópolis decidiu pelo rompimento do contrato. O serviço da Meu Vale para o município não tinha custos para o poder público, que apenas repassava o valor que a empresa carregaria nos cartões pré-pagos. Agora, a prefeitura da Capital busca uma nova empresa que aceite fazer o serviço de forma gratuita durante o período da pandemia do coronavírus.
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