A prefeitura de Florianópolis considerou uma “peça política” o relatório parcial da CPI dos Radares apresentado na manhã desta terça-feira na Câmara de Vereadores. Em nota oficial, a administração diz que o parecer é “fruto do trabalho de uma comissão que tem na presidência e na relatoria dois dos principais representantes da oposição ao governo”, em referência aos vereadores Vanderlei Farias, o Lela (PDT), e Ricardo Vieira (PR).
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CPI dos Radares aponta irregularidades em contratos e caixa 2
Ave de Rapina: entenda as recomendações do relatório parcial da CPI
O principal questionamento é em relação ao pedido de Vieira, relator do caso, para que o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) apresente ação de improbidade administrativa contra o prefeito Cesar Souza Junior (PSD) com a alegação de que a administração municipal tem atrasado a remessa de documentos e apresentado informações incorretas à CPI.
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Sobre o principal encaminhamento do relatório parcial – a suspensão de todos os contratos de sinalização, semáfores e radares – a prefeitura aponta que já procedeu a rescisão desses contratos. De acordo com a administração municipal, o contrato celebrado no dia 5 de dezembro com a HLI Astech, uma das investigadas na Operação Ave de Rapina, foi assinado por determinação judicial.
Leia a íntegra da nota da prefeitura de Florianópolis.
Como a Prefeitura já esperava, infelizmente a CPI dos Radares produziu uma peça eminentemente política, fruto do trabalho de uma comissão que tem na presidência e na relatoria dois dos principais representantes da oposição ao governo na Câmara de Vereadores. Ou seja, sem a mínima isenção e equilíbrio que o trabalho exige.
A principal conclusão da CPI, de pedir à prefeitura que suspenda os contratos com as empresas envolvidas nas suspeitas da Operação Ave de Rapina, já foi tomada pela administração municipal.
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A rescisão do contrato com o Kopp foi publicada no Diário Oficial do município do dia 22 de junho de 2015, fruto da decisão do prefeito de romper com todas as empresas envolvidas na operação ave de rapina – apenas para lembrar que o contrato é resultado de uma licitação promovida em 2012, assinado em 2013 por força de uma decisão judicial.
O relator Ricardo Camargo Vieira, por sinal, antes de cobrar qualquer coisa da Prefeitura, deveria vir à público explicar para a sociedade as inúmeras irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) durante sua breve gestão à frente da presidência da Comcap (02/12/2013 a 17/03/2014), entre elas o gasto injustificado de mais de R$ 50 mil.
O mesmo vereador, que é um dos indiciados pela Polícia Federal na mesma Operação Ave de Rapina objeto da CPI da qual é relator, também é réu em ação por ato de improbidade administrativa sob acusação de vender seu voto na eleição da Presidência da Câmara em 2011 (processo 023.11.042358-8).
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O vereador Vanderlei Faria, o Lela, deseja tanto politizar o assunto que inclusive já se lançou, em suas redes sociais, candidato a vice-prefeito para a eleição de 2016.
https://twitter.com/vanderleif12666 A Prefeitura lamenta profundamente o uso político-partidário de um instrumento tão importante como a Comissão Parlamentar de Inquérito.
TERMO DE RESCISÃO UNILATERAL DO CONTRATO Nº 0021/IPUF/2012. O presente termo tem por objeto a rescisão unilateral do Contrato nº 0021/IPUF/2012, celebrado com a empresa ELISEU KOPP & CIA LTDA, em 13 de janeiro de 2012, que tem por objeto a Contratação da empresa especializada para prestação de serviços de engenharia para apoio ao órgão de trânsito com fornecimento de equipamentos novos para fiscalização eletrônica. Assinatura: ACÁCIO GARIBALDI S. THIAGO FILHO, Superintendente do IPUF. Continua depois da publicidade
Secretaria de Comunicação
Prefeitura de Florianópolis
Entenda o esquema apontado pela PF na Operação Ave de Rapina