Foi numa reunião inesperada, às 9h desta quinta-feira, que 15 anos de serviço aos consumidores brusquenses se encerraram. Assim a prefeitura informou a exoneração do diretor-presidente do Procon, Fábio Roberto de Souza presidente do PR na cidade e mais quatro servidores do órgão, todos filiados ao partido. Outros funcionários comissionados da prefeitura ligados ao PR e ao PPS também foram demitidos.

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Para Souza, o afastamento foi a resposta do governo à rejeição do projeto de lei que determinava a adesão do município ao Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí (Cimvi). Dos 15 vereadores, nove votaram contra o projeto – quatro votos vieram da base governista. Os vereadores consultados pela reportagem afirmaram que o secretário de Desenvolvimento Econômico, Célio Francisco de Camargo, filiado ao PPS, também teria sido exonerado, fato que o secretário de Comunicação de Brusque, Leandro Maçaneiro, nega.

O secretário confirma as demissões do diretor do Procon e de servidores ligados aos dois partidos, mas disse que nenhum secretário foi afastado do cargo.

Vereadores do PMDB e do PP também votaram contra o projeto e, de acordo com o presidente da Câmara, Guilherme Marchewsky (PMDB), seu partido já sofreu baixas, mas o governo não confirma. O caso do PP é um pouco mais delicado: além de o vice-prefeito ser filiado à sigla, os progressistas comandam as secretarias de Obras, Fazenda, Educação e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Samae) – todas consideradas como forças na linha de frente do governo municipal.

O secretário de Comunicação afasta qualquer ligação entre as exonerações e a votação do projeto dizendo que mudanças são normais em qualquer governo. Porém, destaca que a relação entre o Executivo e os vereadores da base saiu abalada:

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– As demissões são naturais dentro de um governo que trabalha pelo aperfeiçoamento dos serviços, mas não são retaliações. Agora, em função do que está sendo dito, podemos dizer que há quebra de confiança entre o governo e estes vereadores que votaram contra o projeto.

Vereador diz que prefeito fez ameaça antes da votação

Guilherme Marchewsky disse estar chocado com a reação do governo municipal pelo resultado da votação, embora não se sentisse surpreendido. Segundo ele, o prefeito Paulo Eccel conversou com os parlamentares antes da votação do projeto, que deu entrada na Câmara em maio de 2013.

– Antes da votação ele (prefeito) chamou cada vereador da base no gabinete e disse que se o projeto não fosse aprovado ele iria considerar como oposição e haveria uma retaliação com a demissão dos cargos comissionados – conta.

A reportagem tentou localizar o prefeito Paulo Eccel, mas foi informada pelo secretário de Comunicação que ele estava seguindo em viagem para Florianópolis na noite de quinta-feira. Maçaneiro forneceu o telefone celular de Eccel, porém ele não atendeu nem retornou as ligações.

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