Prioridade do setor turístico blumenauense: é assim que a construção do Mercado Público, que ocupará o lugar da Feira Livre da Proeb, está sendo tratada pelo governo municipal. O projeto, engavetado desde 2007, foi cadastrado no Ministério do Turismo em 28 de março e aguarda aprovação federal para receber cerca de R$ 11 milhões para iniciar as obras.

Continua depois da publicidade

A nova estrutura é tratada como fundamental para fomentar o turismo, pois como descreve a professora responsável pelo Arquivo Histórico de Blumenau, Sueli Petry, além de revelar o perfil da cidade ao turista através das tradições, o espaço dará oportunidade ao pequeno produtor, que não alcança as grandes redes, de comercializar as mercadorias.

Diferente da feira, que representava uma segunda renda para as famílias e foi a continuidade das antigas carroças e da venda de porta em porta, Sueli aponta que o Mercado Público tem o calor humano, pois não é pensado somente para o simples comércio, mas para reunir as principais características da cidade, como a gastronomia típica e o artesanato.

No local, será possível encontrar receitas caseiras e de família, onde o vendedor, além de entregar um produto, pode contar como a mercadoria foi feita:

– É um espaço para as famílias se reunirem, para as pessoas se encontrarem, para manter viva a história da cidade e suas tradições.

Continua depois da publicidade

Para o secretário de Turismo e presidente do Parque Vila Germânica, Ricardo Stodieck, o mercado será uma nova âncora para o turismo na cidade, que vai incrementar ainda mais a região da Vila, cujo destino é ser transformada no Distrito Turístico da Vila Germânica:

– Quando falamos em Distrito Turístico, estamos pensando em todo o entorno, que vai das ruas João Pessoa até Almirante Tamandaré, e da Vila até a Rua 7 de Setembro. É criar uma estrutura com identidade para atrair o turista e fazer com que ele permaneça o maior tempo possível aqui.

Um dos responsáveis pelo projeto do mercado, o arquiteto e urbanista Christian Krambeck, acredita que este tipo de instrumento serve de ponto de referência para quem vem de fora.

Atual feira já atrai moradores de outras cidades

Blumenauense de nascença, mas hoje moradora de Itajaí, a vendedora frotista Ana Cristina Lorgus conta que tenta marcar as visitas à cidade natal sempre na segunda ou na quinta-feira para aproveitar a feira. E fazia o mesmo quando trabalhava em São Paulo. Levava na bagagem linguiça, nata, queijo e outros produtos típicos da região.

Continua depois da publicidade

Ana acredita que com o Mercado Público, o interesse pelos produtos vai aumentar, além de atrair mais pessoas

– Em São Paulo, ir no mercado público é uma programa de sábado. A gente vai passear, comprar e comer, e está sempre cheio – lembra.