A prefeitura de Blumenau apresentou na manhã desta segunda-feira o novo mapeamento geológico do município. O levantamento levou dois anos para ficar pronto e vai substituir o documento que está em vigor desde 2016. O estudo aponta as áreas de baixo, médio, alto e muito alto risco para deslizamentos, além das serras e morros.

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Segundo o secretário de Defesa do Cidadão, Carlos Olímpio Menestrina, o mapeamento vai virar decreto. A previsão é de que seja assinado no próximo dia 9, durante um seminário em Blumenau com a presença do secretário Nacional da Defesa Civil. A apresentação integrou as primeiras ações do Julho Laranja, mês de conscientização sobre a prevenção de desastres.

Desde 2008, após a catástrofe, o município tem feito o levantamento das áreas suscetíveis a deslizamentos de terra. A preocupação se justifica não só pelos episódios daquele ano – quando o número de ocorrências superou 3 mil, mas também pelo que se viu nos seguintes.

Segundo um levantamento da Diretoria de Geologia, foram 2.424 casos de deslizamentos entre 2009 e 2019. A maior parte deles, 99,2%, em decorrência da intervenção humana, pontua o geógrafo Gerson Lange Filho. O que a prefeitura defende não é a restrição de ocupação dessas áreas, mas a necessidade de executar obras de segurança.

Com o novo mapeamento em vigor, consultas para construção em regiões consideradas de baixo risco não irão mais passar pela Geologia. Quanto às demais classificações, ainda será necessária uma análise técnica, mas essa pautada nos parâmetros trazidos pelo levantamento, que agora apresenta áreas de atingimento e de regressão – na prática isso significa que o mapa mostra qual o alcance no caso de um possível deslizamento.

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Conforme a Secretaria de Defesa do Cidadão, cerca de 30% das edificações de Blumenau são consideradas de médio a muito alto risco para movimentação de massa; e 68% com baixa ou inexistente possibilidade de deslizamento.

– Essa não é uma realidade só de Blumenau, mas de todo o Vale do Itajaí, e precisamos saber administrar – argumenta Menestrina.

Segundo ele, um grupo de trabalho será montado para cadastrar as famílias que vivem nas áreas de alto e muito alto risco. A ideia é saber quantas pessoas são. Entretanto, ressalta a responsabilidade dos moradores que estão nesses locais.

O novo mapa será disponibilizado quando o novo decreto for assinado.