A discussão em torno do projeto da duplicação da Rua Deputado Antônio Edu Vieira, no Bairro Trindade, em Florianópolis, poderá completar uma década no próximo ano, e sem solução. Na manhã de sexta-feira, a prefeitura apresentou tudo o que pretende realizar na região para contrapor com as reivindicações da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que precisa ceder uma área de 18 mil metros ao governo municipal. Mesmo assim, a instituição decidiu adiar a decisão para outubro.
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O processo de licitação não pode ser iniciado sem a doação de terreno da UFSC, que mantém a decisão de negociar somente se houver mudanças no projeto atual da prefeitura. Para tentar sensibilizar a universidade, o prefeito de Florianópolis Dário Berger contestou as alegações.
– Estamos provando que o projeto tem ciclovias, passeios, recuos para o transporte coletivo e licença ambiental. Não há mais o que mudar, temos é que começar as obras – diz.
Os conselheiros da UFSC destacam falhas de planejamento e ressaltam que a instituição não tem obrigação de ceder o terreno sem discutir todos os pontos que precisam ser revistos. Agora, a decisão adia ainda mais a possibilidade do projeto sair do papel. A universidade pretende instituir uma comissão, formada por especialistas em mobilidade urbana, para decidir o que a prefeitura deverá incluir nas obras. Uma posição só deve ser repassada à prefeitura em outubro. Entre os pedidos estão a melhoria do transporte público e da segurança da via.
– Queremos ter certeza que os bons retornos serão a longo prazo, melhorando a mobilidade urbana como um todo – diz o vice-reitor Carlos Alberto Justo.
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O secretário municipal de Transportes, Mobilidade Urbana e Terminais, João Batista Nunes, lamenta a decisão da UFSC, e sugere que esta comissão promova um estudo de tráfego, parando a universidade por um dia para saber qual o impacto da própria instituição no trânsito da Capital.
– Quem sabe assim eles percebam que a obra é para eles mesmos – salienta.
O projeto da duplicação da Edu Vieira vem sendo discutido desde 2003. O prefeito da Capital, Dário Berger, até tentou abrir licitação sem a concessão do terreno da UFSC, mas o processo foi barrado na Justiça, e desde então, o impasse não é resolvido.
Um das justificativas da universidade é que o projeto não atende às necessidades dos moradores da região. O líder comunitário do Pantanal, Romeu Franzoni, contesta e afirma que a comunidade é a favor da obra, mas que haveria uma preocupação quanto à segurança dos pedestres.
– Se houver sinalizações e faixas de pedestres suficientes, acreditamos que a obra só virá a contribuir com a região – afirma.
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Veja o projeto de duplicação da Avenida Edu Vieira:
