Pode estar próximo o dia em que o cidadão de Florianópolis vai deixar o carro em casa e confiar mais no transporte público para ir à escola, ao trabalho ou até curtir um cineminha. Uma iniciativa da prefeitura começa a sair do papel e pretende mudar o conceito de se pegar ônibus na capital.

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A ideia é aumentar o número de linhas circulares em vários pontos da cidade, criar vias ou faixas exclusivas para ônibus e facilitar a integração. Segundo explicou ontem o secretário municipal de Transportes, Mobilidade e Terminais, Dalmo Vieira Filho, a transformação traria diminuição no tempo de espera nos pontos de ônibus, economia para empresas e passageiros e redução no número de veículos particulares rodando pelas ruas.

– Hoje, as linhas convergem todas para o Centro e tentam passar pelo maior número de ruas possível, diminuindo a frequência e aumentando o tempo de espera. Neste conceito de base circular, aumenta o fluxo, estimula a centralidade de bairros e atrai um maior número de usuários – argumentou.

A proposta do Ipuf e da Secretaria de Transportes, Mobilidade e Terminais está em fase de apresentação para os setores que estarão envolvidos, como Guarda Municipal e sindicatos de empresas e funcionários. Até ser implantada, a ideia deve passar ainda por debates públicos e testes. Mas o secretário trabalha com a hipótese de colocar o novo sistema em prática muito em breve, compensando o que ele considerou uma defasagem histórica do serviço.

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– Ao longo do tempo, o sistema foi perdendo usuários e se moldando de maneira desordenada para atender o que sobrou deles: as pessoas que não vivem sem o transporte. A ideia é estimular que todo cidadão volte a pegar o transporte coletivo.

O sistema, de acordo com o secretário Dalmo Vieira Filho, poderia ainda ser integrado a outras modalidades de transporte coletivo, como o sonhado teleférico, por exemplo.

Como deve funcionar

As linhas extensas e tradicionais, como o Volta ao Morro Pantanal e o Canasvieiras Trindade, seriam substituídas por linhas menores, locais, com maior número de ônibus e que não ficam parados nos terminais. Ficam circulando.

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Outras linhas ficariam responsáveis por ligar uma área da Capital com outra, como já acontece hoje com o UFSC Semi-Direto (liga Centro à Trindade), o Canasvieiras Direto (liga Norte ao Centro) e o Rio Tavares (liga Centro à Sul).

As linhas ramificadas, como as linhas que levam às comunidades do Maciço do Morro da Cruz, teriam uma função diferente. A linha Monte Serrat, por exemplo, sairia da Avenida Mauro Ramos e iria até o ponto final, na Servidão Felicidade (já no alto do morro), para então voltar até a Mauro Ramos. Não precisaria ir até o Ticen, como acontece hoje.

Além da alteração no itinerário e número das linhas, haveria uma melhor condição para circulação de ônibus, com ruas ou faixas de avenidas exclusivas para o transporte coletivo.

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A ideia é que o usuário deixe de sair de carro para utilizar o transporte público, mas medidas restritivas para circulação de veículos menores não estão descartadas no futuro.

O sistema, de acordo com o secretário Dalmo Vieira Filho, não é exclusivo e pode ser integrado a outras modalidades de transporte coletivo, como o sonhado teleférico, por exemplo.