A nova gestão do Hospital de Navegantes foi apresentada pela prefeitura na tarde desta quinta-feira. A empresa responsável pela administração será o Instituto Vida – que também atua no antigo Hospital Santa Inês, em Balneário Camboriú. O contrato prevê investimentos de R$ 37 milhões por parte do município durante cinco anos. Além disso, foi anunciado o início de dois novos serviços a partir da próxima terça-feira: ortopedia e cirurgias eletivas.
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O secretário adjunto de Saúde de Navegantes Leonardo Vianna explica que as ações têm o objetivo de recuperar a imagem do hospital – que no mês passado teve o Centro Cirúrgico e o Setor de Obstetrícia interditados pela Vigilância Sanitária estadual. De acordo com ele, a primeira medida foi contratar a nova administradora, que deverá reunir mais profissionais, implantar novos equipamentos e reduzir o tempo de espera por atendimento.
– A empresa anterior deixou a desejar. A interdição não ocorreu somente pelas falhas na estrutura, tínhamos problemas de fluxos assistenciais que eram mais graves – afirma.
A Organização Social Associação Proteção e Vida, do Rio de Janeiro (RJ), foi contratada em regime de emergência para atuar no Hospital de Navegantes. A escolha gerou polêmica na cidade, pois a empresa foi alvo de uma denúncia no Fantástico sobre um contrato de mais de R$ 130 milhões feito com uma prefeitura de Goiás. A direção nega as acusações.
Mais serviços e promessa de ampliação
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Os novos serviços do hospital, os atendimentos em ortopedia e as cirurgias eletivas funcionarão de forma diferenciada. A ortopedia atuará em conjunto com o Pronto Socorro, com médicos plantonistas e de sobreaviso. Já as operações passam a ser feitas no hospital, permitindo o atendimento de vítimas com fraturas. Haverá ainda sobreaviso para cirurgias.
O representante do Instituto Vida, Lucas Schneider, afirma que a empresa assumiu o hospital no último sábado e que nos próximos 15 dias vai fazer o levantamento das necessidades da unidade. Uma das primeiras medidas é a padronização de uniformes, equipe, processos e a criação de comissões internas de controle. O novo contrato prevê ainda que até 30% dos serviços sejam particulares.
Outra medida prevista pelo município é ampliação do hospital. A parte estrutural vai custar mais de R$ 11,7 milhões e está sendo construída com recursos da prefeitura e do governo estadual. O prefeito Roberto Carlos de Souza (PSDB) ainda está buscando a verba, avaliada em R$ 3,5 milhões, para equipar o novo bloco. A previsão de conclusão é no segundo semestre de 2016. Com a ampliação, o hospital passará de 38 para 60 leitos.
Setores continuam fechados
A nova administração começa a trabalhar na unidade com o Centro Cirúrgico e o setor de obstetrícia interditados pela Vigilância Sanitária. Segundo o secretário adjunto de Saúde de Navegantes, Leonardo Vianna, as melhorias solicitadas foram atendidas. Segundo ele, o município aguarda uma nova vistoria do órgão para que seja feita a desinterdição.
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Na última quarta-feira, uma vistoria prévia apontou consertos pontuais, conforme Vianna. Os apontamentos já teriam sido resolvidos. A previsão é de que hoje o órgão esteja novamente na cidade.
Entre os problemas encontrados, o laudo da Vigilância citava a falta de pulseirinhas para identificação dos recém-nascidos, necessidade de troca de vestuário cirúrgico e do revestimento das paredes e pisos, e revela que o hospital não tinha sequer alvará sanitário.