Os prefeitos das cidades apontadas como o primeiro e o terceiro lugar no ranking das regiões de maior desmatamento no Brasil, respectivamente Marcelândia e Querência, ambas do Mato Grosso, contestaram esse fato hoje. Segundo informações divulgadas hoje pela Agência Brasil, os prefeitos alegaram que as áreas atingidas por queimadas podem ter sido confundidas com áreas desmatadas.

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O governo de MT também questionou os dados. Em nota, a Secretaria de Comunicação do Estado discorda da forma como estão sendo interpretados dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O governo federal divulgou ontem uma lista de 36 municípios identificados por meio de satélites que terão prioridade nas ações de prevenção e controle do desmatamento. Nesses municípios já foram proibidas novas autorizações de derrubadas. Das 36 cidades indicadas, 19 estão localizadas no Estado do Mato Grosso, número que representa mais de 50% das cidades indicadas.

Segundo o governo do MT, a metodologia utilizada não é precisa para determinar cálculo de área e “tampouco estatísticas para comparação de dados de desmatamento, podendo incorrer em erros e apresentar discrepâncias de números quando comparada com dados de metodologias semelhantes”.

Na quarta-feira, o Ministério do Meio Ambiente e o Inpe comprovaram, por meio de dados, a devastação de 3.235 quilômetros quadrados na Amazônia. Os números apresentados são referentes ao período de agosto a dezembro de 2007. De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a situação do desmatamento na Amazônia é preocupante.

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O prefeito de Marcelândia (1º lugar no ranking), Adalberto Diamante, destacou que a Secretaria Estadual do Meio Ambiente realiza intenso controle sobre essas regiões consideradas afetadas. Ele disse, ainda, que fará um levantamento detalhado da situação do município, em parceria com Organizações Não-Governamentais (ONGs), para comprovar o que considera um erro do Inpe.

Fernando Goergen, o prefeito da cidade de Querência (3º lugar no ranking), classificou, de “inverdades” as publicações feitas pelo Inpe. E afirmou que tanto o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), quanto a Secretaria Estadual do Meio Ambiente realizam rigorosa fiscalização sobre o território.

O secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso, Luis Henrique Daldegan, informou que áreas que haviam sido desmatadas em anos anteriores, e já computadas nos registros do Estado, foram apresentadas como áreas de desmatamento atual. Segundo ele, em 113 pontos de áreas desmatadas no período de abril a setembro de 2007 em Mato Grosso, por exemplo, e aferidos em campo em operação conjunta da Sema e do Ibama, no mês de novembro, 80,53% revelaram-se ser de áreas abertas antigas que não sofreram corte raso no período.