Aos 24 anos, Eto Scholze (PT) é o mais jovem prefeito eleito de Santa Catarina em 2012, com 14.623 votos. Nascido em Rio Negro, cidade paranaense que faz divisa com o estado, marcou história em Mafra por assumir na gestão passada como o vereador mais novo na Câmara Municipal. Apesar da juventude, o professor e estudante de Direito e Ciências Sociais se considera preparado para comandar a cidade. Em entrevista ao Diário Catarinense, ele fala do seu interesse pela política, motivado pelo pai, e dos seus planos para a cidade.
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Diário Catarinense – É uma responsabilidade assumir uma prefeitura tão jovem?
Scholze – Eu vejo com naturalidade. Nunca disputei uma eleição por vaidade, isso nunca me passou pela cabeça. Na eleição passada também fui o vereador mais jovem da história de Mafra e o mais votado, foi uma consequência, não era o objetivo final. E agora nessa eleição foi a mesma coisa, disputei com o interesse de ser o prefeito da cidade e poder contribuir de alguma forma com Mafra, ser o mais novo foi consequência.
Diário Catarinense – Como começou teu interesse pela política?
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Scholze – Meu pai, Carlos Scholze, é político. Ele ingressou em 88 como candidato a vereador, o mesmo ano em que nasci, então de certa forma a minha vida pessoal sempre esteve ligada à política. Eu lembro de todas as eleições, desde 92, que meu pai participou, a família acabava envolvida. Quando acabei o segundo grau, ingressei na faculdade de Direito, na UEPG, a Universidade Estadual de Ponta Grossa, após dois anos (em 2008) tranquei e voltei pra Mafra para disputar a eleição de vereador. Deu certo e transferi a faculdade para a UnC/Mafra.
Diário Catarinense – Como foi o primeiro mandato como vereador?
Scholze – Desde o primeiro momento que subi na Câmara de Vereadores eu comecei a me preparar, a participar de conselhos municipais e entidades civis. Aproveitava o tempo que tinha disponível da Câmara para participar, onde tinha um conselho que eu conseguia encaixar na minha agenda, eu participava para entender melhor o sentimento da nossa cidade.
Diário Catarinense – E as influências de teu pai na política?
Scholze – Na minha primeira eleição para vereador meu pai ganhou como prefeito, mas ficou inelegível e não pode assumir devido a algumas contas rejeitadas. Eu segui o meu mandato, entrei na Câmara e fiz o meu trabalho. O meu pai é um homem muito carismático, onde você anda todo muito conhece ele, é uma ótima referência, foi um excelente cabo eleitoral na campanha. Sempre é bom ter o pai como conselheiro. Agora é importante imprimir a minha marca de gestão, a minha marca na administração pública, ele vai acompanhar, mas de longe. Eu não moro com ele, mas sempre reservo um momento do meu dia para ao menos tomar um café ou almoçar com ele. Ele me dá conselhos quando é necessário.
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Diário Catarinense – Sua agenda acadêmica também é bem movimentada?
Scholze – Sou professor do ensino médio. Estou fazendo duas faculdades. esse ano tive que trancar o curso de Direito Por falta de tempo, pela UnC/Mafra, que faltam dois semestres para concluir, e também faço Ciências Sociais, na UnC/Canoinhas, faltam três semestres para concluir. Durante dois anos eu consegui conciliar as duas. Acabei ingressando como professor ACT no Estado esse ano, inclusive retornei hoje para as salas de aula, pois estava afastado há três meses por causa da campanha, agora fico até dezembro, no final do ano letivo. Fui muito bem recebido hoje, recebi festa dos alunos pela vitória e pelo retorno às aulas. Eu não imaginava que ia ter essa receptividade toda.
Diário Catarinense – E a agenda para quando assumir a prefeitura?
Scholze – Devido ao tempo terei que abrir mão das aulas. A faculdade de Ciências Sociais eu pretendo conciliar com a prefeitura, e a de Direito eu vou fazer aos poucos, sempre encaixando com a agenda da Prefeitura.
Diário Catarinense – E as coisas que se esperam de um jovem de 24 anos, como festas, namoradas, vida pessoal, sobra tempo?
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Scholze – Tem que dar um jeitinho. Minha namorada é engenheira e também viaja muito, estamos juntos há quatro anos, e estamos acostumados a nos vermos mais nos finais de semana. Vamos continuar conciliando dessa forma.
Diário Catarinense – Quais teus hobbies?
Scholze – Tudo depende da época do ano e da faculdade, mas a gente tem que conciliar. Quando eu posso eu dou uma paradinha pra fazer uma leitura, gosto muito de biografias, apesar da faculdade exigir mais livros da área da sociologia e filosofia. Não jogo bola, isso não é a minha praia. Gosto de acompanhar corridas de carros e de andar de moto. E como cidade de interior temos o hábito das festas de igrejas, é de praxe sempre termos o churrasco de domingo.
Diário Catarinense – E os projetos para a sua gestão?
Scholze – Nossa prioridade é colocar a saúde em dia, que hoje é a questão mais alarmante em Mafra. A ausência de um parque industrial também está no centro das nossas prioridades, para atrairmos investimentos para a cidade. A falta de asfalto é outro ponto que vamos trabalhar, com a liberação de convênios junto ao governo federal.
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