Não faz nem 24 horas que Egidio Ferrari (PL) é o novo prefeito eleito de Blumenau e, passado o clima de euforia pela vitória em primeiro turno nas Eleições 2024, o momento agora é de “pé no chão”, como ele mesmo gosta de repetir. O delegado ocupará o principal posto do Executivo blumenauense ao lado da vice Maria Regina Soar (PSDB) a partir de 1º de janeiro de 2025.
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O processo de transição, porém, começa já nesta semana.
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Em entrevista ao Jornal do Almoço, na NSC TV, nesta segunda-feira (7), o eleito com 51% dos votos válidos disse que apesar do apoio do atual prefeito, Mário Hildebrandt (PL), será uma outra gestão, com a “cara” dele e novos nomes em cargos importantes. Ele ainda não revelou quem serão essas pessoas.
Egidio deixou claro, porém, quais serão suas prioridades nos primeiros dias de governo, que envolvem desde questões da prometida Guarda Municipal armada, até assuntos da saúde e educação. Ele contou também o que pretende fazer para tornar o transporte coletivo mais atrativo. Confira a entrevista abaixo:
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O senhor fez quase 40 mil votos a mais que o segundo colocado. Como avalia essa vitória nas urnas?
Com muita alegria. Acho que o que explica essa diferença foi um conjunto de fatores que influenciou para que a gente pudesse chegar no primeiro lugar já no primeiro turno. A união entre eu e Maria Regina, o apoio do prefeito Mário, que tem um governo bem avaliado, o governador Jorginho que pediu voto…. Foi um conjunto de fatores que levou ao resultado. A gente decidiu mostrar projetos, ouvimos as pessoas, percorremos todos os bairros e em cima disso fizemos nosso plano de governo. Ficamos preocupados apenas em mostrar isso. Fomos vítimas de ataque, mas não baixamos o nível da campanha. Mantive a linha e o foco nos debates. Temos projeto, proposta, ficamos focados em atender a população.
Qual a prioridade do senhor logo que assumir a prefeitura?
Colocar isso tudo em prática. Temos que fazer alinhamentos com a Câmara, porque questões como a Guarda Municipal armada, por exemplo, precisam de mudanças legislativas. Na educação, porque pode parecer clichê, mas é verdade: a educação transforma vidas. Transformou a minha e por isso quero dar oportunidade de educação. Fui o único candidato a se comprometer em garantir a continuação do kit do uniforme e material escolar. Dar atenção ao atendimento na saúde e também às grandes obras em com parceria do governo do Estado. O blumenauense merece, Blumenau tem uma importância enorme. Esse protagonismo tem que ser mantido.
Como o senhor espera fazer o governo de transição a partir de agora? Já começaram as conversas?
As pessoas precisam entender: o governo vai ser um novo governo, com pessoas novas, conhecimento técnico, com a minha cara. Claro que vamos aproveitar quem já trabalha muito bem, mas vai haver uma transição. Para isso, duas ou três pessoas da minha equipe vão ficar na prefeitura para entender como estão as coisas, buscar relatórios para no dia 1º de janeiro as pessoas não acharem que a cidade está sem rumo naquele começo. Vamos reconhecer os pontos negativos e os desafios que precisamos enfrentar.
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O senhor foi eleito com a maior coligação desta eleição. Como pretende acomodar os interesses dos diferentes partidos na composição do novo governo? Vai ouvir os diferentes também?
Pois é, meus adversários construíram narrativas de que haveria “toma lá, dá cá”. Eu não prometi cargo nenhum, secretaria nenhuma. Todos que me apoiaram vieram por acreditar no nosso projeto. Não há problema nenhum em receber indicações, desde que o indicado tenha currículo, que saiba o que vai fazer. Não abro mão de analisar o perfil de quem vai trabalhar com a gente.
A sua coligação elegeu 9 dos 15 vereadores. Isso dá ao senhor a maioria na câmara. Ainda assim, como fará para conquistar os votos da oposição nas pautas do Executivo?
Articulação política é necessária para a nossa cidade. A prioridade vai ser sempre o bem-estar da comunidade, não interesse particulares, disso não abro mão. Tenho certeza que os vereadores eleitos pensam assim. Vamos trabalhar pelo bem e por tudo que a cidade representa para o Estado e o Brasil.
Sabemos que ainda é cedo, mas acredito que o senhor já tenha pensado na composição do seu governo. Agora eleito, já tem algum nome para um futuro secretariado definido?
Tenho pessoas em mente, qualificadas, mas ainda não conversei com elas. Sou pé no chão, lá atrás pensei: “Vamos terminar essa fase [da campanha] e aí sim sentar e conversar”. É o que eu vou fazer nesta semana. Temos alguma ideia desenhada.
A partir de janeiro, quais devem ser suas primeiras estratégias na saúde?
Começar a fundo na estrutura, nos nossos atendimentos. Tenho tranquilidade porque a Maria Regina está do meu lado e é da área da saúde. Quero ampliar o atendimento e garanti-lo quando a população mais precisa, otimizando e qualificando [os profissionais]. As pessoas precisam ser acolhidas, ter um atendimento de qualidade, não ficar em grandes filas… Quero levar essa agilidade.
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No transporte público, o senhor pretende melhorar a oferta de horários e o custo para o passageiro?
Sim. A minha proposta é de adotar parcerias público-privadas para cuidar dos pontos de ônibus e dos próprios terminais com exploração comercial. Fazer uma revisão do contrato, chamar a responsabilidade da empresa. Dessa forma vamos melhorar a qualidade, ampliar as linhas sem aumentar a passagem e se tudo der certo, trazer empresas para deixar os terminais mais bonitos e quem sabe diminuir a tarifa.
Na educação, o senhor promete ampliar as vagas em creches com a contratação de vagas particulares. Essa estratégia deve ser usada a partir do primeiro semestre? Como será?
Sim, Blumenau já compra vagas em creches. Isso pode ser feito nos primeiros dias. Tem que ver onde está a maior demanda, em quais bairros e também entender as demandas maiores para poder atender bem.
O senhor gostaria de fazer um agradecimento?
Quero agradecer primeiro a Deus, à minha família, que me deu a força necessária, minha equipe, que foi guerreira e a todas as pessoas que acreditaram e votaram no 22. Ganhamos em primeiro turno e agora temos mais tempo para nos preparar.
Eleições em Blumenau
Nove dos 15 vereadores eleitos para a próxima legislatura integram a megacoligação (PL, PP, União, Republicanos, PSDB, Cidadania, MDB e PRD) que elegeu Egidio Ferrari (PL) em primeiro turno neste domingo (7). Já na largada, o delegado de polícia terá maioria folgada para aprovar os projetos de governo e administrar os ânimos do Legislativo.
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Na majoritária, Egidio (PL) fez 95.075 votos. Odair Tramontin (Novo), 55.968 (30,46%); Ana Paula Lima (PT), 29.071 (15,72%); Ricardo Alba (Podemos), 3.383 (1,83%) e Rosane Martins (PSOL), 1.490 (0,81%).
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