Um dos momentos mais importantes do dia do pre-feito eleito de Joinville, Udo Döhler (PMDB), foi o encontro com o governador Raimundo Colombo (PSD) e lideranças empresariais, no início da tarde de segunda.
Continua depois da publicidade
A reunião era para tratar do anúncio de 850 novas vagas na Whirlpool. Mais tarde, Udo teve um encontro reservado com Colombo e o senador Luiz Henrique da Silveira e aproveitou para levar as principais demandas de Joinville, como a gestão integrada dos hospitais estaduais. Segundo o prefeito eleito, o governador já deu o sinal verde nessa questão.
– É uma região que vai ter um crescimento muito grande e, com certeza, vai receber o apoio do governo do Estado. Eu imagino a felicidade do Udo, um dia depois da eleição, no momento de emoção, ver uma conquista tão importante e significativa para a sua cidade. Começou com o pé direito -, afirmou o governador.
Com foco no planejamento a longo prazo, o prefeito eleito pretende utilizar nas ações da Prefeitura a sua experiência de mais de 40 anos no empresariado.
Continua depois da publicidade
Antes de entrar na reunião a portas fechadas, o prefeito eleito adiantou alguns projetos que iria tratar com o governador. Confira abaixo os principais trechos da conversa.
A saúde entra na pauta das reinvindicações?
Udo – A proposta é que o hospital municipal possa atuar em interface com os hospitais do Estado. Nisso, o governador já deu a sua anuência. Agora, vamos discutir esse detalhamento para que a gente possa redistribuir a carga entre os diversos hospitais, prevenindo os congestionamentos que hoje incomodam bastante. Também vamos reclamar mais investimentos na saúde.
E as questões ambientais?
Udo – Conversamos com o governador para fazer uma interface entre a Fatma e Fundema, o órgão local. Nós temos uma dificuldade hoje no encaminhamento dos licenciamentos e isso vem emperrando a instalação de novos investimentos na cidade. Queremos otimizar esses prazos. Pretendemos resolver essa questão logo no início porque Joinville deverá dobrar o tamanho da sua economia nos próximos dez anos. Como já temos ali uma área conurbada com Araquari, queremos redesenhar nossa região metropolitana. Vamos conversar com os prefeitos dos municípios limítrofes e discutir essa questão, e aí entra novamente a participação do governo do Estado, o próprio zoneamento costeiro, que precisa ser examinado.
Continua depois da publicidade
Que outros projetos que o senhor vai pedir apoio do governo do Estado?
Udo – Especialmente aqueles voltados à infraestrutura. Nós temos hoje o projeto do BNDES andando, o binário da Vila Nova. Um projeto adicional, que começa agora, é a duplicação do nosso acesso ao aeroporto, a Santos Dumont. Ali há problemas que precisam ser equacionados no que diz respeito a desapropriações e à participação do município, mas essa via é importante porque ali está localizado o nosso bairro mais populoso, e outros dois, da mesma forma, colados ali. E nós também teremos ali um novo distrito industrial, e essa também é uma das questões que discutimos com o governador.
O senhor falou em mobilidade urbana. Qual a principal ação nesse sentido?
Udo – Vamos pedir o apoio do governo do Estado para o estudo de viabilidade de um rodoanel na cidade, mas isso não é para agora, é para o futuro, mas precisamos pensar nisso já porque daqui a 30 anos a população de Joinville chegará a 850 mil habitantes. Então, será preciso um outro desenho viário, ônibus por si só não será mais suficiente. Devemos pensar em uma solução de transporte intermodal, ligando ônibus com a bicicleta, o automóvel com ônibus, e assim por diante. Até lá, devemos encontrar soluções como o metrô de superfície e do rodoanel.
Além do governo do Estado, o senhor tem conversado com representantes no governo
federal?
Udo – Isso caminha paralelamente com as portas que estamos abrindo em Brasília. Os nossos três senadores deram apoio formal à nossa candidatura. O deputado federal Mauro Mariani e a ministra Ideli Salvatti estão sintonizados com a nossa proposta. O vice-presidente Michel Temer esteve duas vezes em Joinville durante a campanha. Logo de início, estaremos em Brasília para mapear alguns recursos importantes voltados à infraestrutura.
Continua depois da publicidade
E a transição de governo, como deverá ser?
Udo – Nessa semana, vamos concluir a equipe de transição. Na quarta-feira, haverá uma reunião de trabalho, só a nível técnico. A Márcia Alacon, que é presidente da Fundação Ulysses Guimarães, está fazendo esse primeiro contato. Ela agendou essa conversa para que a gente possa conhecer algumas informações. Na semana que vem, deve ter uma outra reunião (nesse encontro é que Udo e Carlito devem conversar pessoalmente). Paralelamente, estamos construindo a nossa equipe de governo.
E como o senhor está pensando em montar sua equipe de governo?
Udo – Aconteceu uma coisa muito boa. Inicialmente, estávamos pensando em construir uma tríplice aliança. Ela não aconteceu. Construímos uma coligação pura onde não há nenhum compromisso assumido. Nós vamos constituir uma equipe técnica. Não há espaço para fisiologismo político. Isso já foi compromisso quando entramos nessa campanha. Por hora, estamos procurando essa equipe dentro da nossa coligação, e ali achamos que vamos encontrar esses talentos, mas se houver a necessidade também procuraremos os outros partidos. Nesse momento, precisamos formar uma boa equipe, que comece e termine o governo porque essas substituições seguidas que temos percebido nesses dois últimos mandatos em Joinville atrapalharam muito o planejamento.