Não foi assistindo ao tempo passar à toa nem se dando o direito a pequenos caprichos que Udo Döhler (PMDB) conquistou a principal cadeira na Prefeitura de Joinville, aos 70 anos, mas com disposição de dar inveja a um menino. Talvez por isso a principal preocupação do prefeito eleito na cerimônia de posse desta terça-feira seja reforçar seu compromisso em mostrar trabalho. Udo promete poupar tempo, economizar palavras.
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– O que tinha de ser falado sobre propostas já foi falado na campanha. Vamos ter o cuidado de dizer como cuidaremos da gestão. Não será uma fala longa. Talvez coisa de cinco minutos – garante.
O discurso foi montado a quatro mãos com o jornalista Marco Aurélio Braga, que no governo vai comandar a Secretaria de Comunicação. O pronunciamento vai seguir o protocolo. Udo agradecerá ao eleitor pelo “voto de confiança” e à cooperação de Carlito Merss na transição. No encerramento, dirá que está preparado para assumir o cargo. O último parágrafo do discurso diz:
– Sei das dificuldades e dos desafios, mas tenho a convicção que poderemos ter a Joinville que todos sonhamos. Por isso, para encerrar, volto a lembrar de uma frase que carrego comigo quando me perguntam o segredo do sucesso: Não há segredo. Há trabalho.
O homem que administrará Joinville pelos próximos quatro anos não se rende a amuletos nem no dia que coroa a vitória em seu maior desafio. Nada de camisa da sorte ou ritual parecido para entrar no plenário da Câmara.
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– Sou meio imune a superstições – diz.
Até a última sexta-feira, faltando três dias para a posse, o prefeito eleito sequer sabia como sairá nas fotos oficiais.
– Vou usar um terno normal: a primeira peça que encontrar no guarda-roupa.
Mesmo desapego o prefeito eleito tem com a assinatura das atas que oficializam a troca de poder. Não comprou nenhuma caneta em especial. Vai usar aquela que ganhou da Associação Empresarial de Joinville (Acij) em 4 de dezembro, quando foi homenageado em jantar.
Ao acordar nesta terça-feira, Udo Döhler provavelmente vai tomar café e passar os olhos nos jornais, como faz todos os dias. O Réveillon, aliás, será comemorado no próprio apartamento, no Atiradores. O único compromisso é a posse, às 17 horas, na Câmara.
Udo irá ao plenário acompanhado da mulher, irmãos, filho, nora e netos. Não há personalidades em sua lista de convidados que não sejam figuras políticas. O tempo de comemorar, diz Udo, também já passou.
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– Assim que acabou a eleição, fizemos festa, celebramos. Entendi que, dali em diante, a festa acabou. O que tinha de ser feito de festa já foi feito. É momento de trabalho – reforça.