O prefeito do Rio, Eduardo Paes, em tom de desabafo disse que o Brasil não deve se envergonhar das possíveis manifestações previstas para ocorrer durante a realização da Copa do Mundo. Na manhã desta sexta-feira, enquanto apresentava os planos operacionais da cidade para o Mundial, o político fez árdua defesa da democracia e destacou que nada fará para impedir os protestos, desde que ocorram pacificamente.
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– Vivemos em um país com uma democracia consolidada, em que as pessoas tinham, têm e terão sempre o direito de manifestar a sua opinião. Manifestação de pessoas dizendo que o governo é ruim, que a Fifa é ruim, e que a Copa é ruim, é uma opinião de uma parcela da população e não tem o menor problema. E nem nós, brasileiros, temos de ter vergonha disso. Isso faz parte de um país democrático. O Brasil não pode ter vergonha de ser uma democracia – frisou o prefeito do Rio.
A manifestação de Paes ocorreu após ser indagado se temia que um dos cenários disponibilizados para os jornalistas trabalharem na Copa, a praia de Copacabana, fosse alvo de protestos e as imagens percorressem o mundo. De acordo com o prefeito carioca, seria uma vergonha impedir essas manifestações e passar a ideia de um País totalitário.
Apesar da liberalidade em relação às manifestações, Paes foi taxativo ao dizer que não vai tolerar episódios de violência. Chegou a lembrar o que classificou de assassinato do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, de 49 anos, morto ao ser atingido por um morteiro enquanto trabalhava na cobertura de um protesto na Central do Brasil, no início de fevereiro.
– Ninguém aceita pessoas que protestem assassinando cinegrafista, como aconteceu Central. Agora, protestar, qual é o problema? Qual é o problema você ter uma parte da população dizendo que é contra a Copa? A prefeitura não vai criar nenhum constrangimento para quem queira, de maneira civilizada e democrática se manifestar – salientou Paes.
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Em relação ao funcionamento da cidade durante a Copa do Mundo, o prefeito carioca explicou o esquema adotado será semelhante ao utilizado na Copa das Confederações. O entorno do Maracanã, palco de um total de sete partidas, será totalmente fechado e, dessa vez, ônibus ou vans fretados não poderão entrar no perímetro de segurança.
Os veículos não credenciados para o Mundial serão deslocados para um bolsão de estacionamento na Ilha do Fundão, Zona Norte. E o prefeito do Rio explicou que somente os transportes públicos devem ser utilizados pela população para a chegada ao Maracanã.
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