O Sindicato dos Médicos vai entrar com representação por assédio moral contra o prefeito Eduardo Paes (PMDB-RJ) no Ministério Público do Trabalho. Ele teria sido agressivo com uma médica e a ameaçado de demissão, quando buscava atendimento para o filho Bernardo, de 11 anos, no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, nesse domingo. Paes, em entrevista ao site G1, nega a acusação e diz que cobrou da profissional que fosse mais atenciosa.

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Paes levou o filho ao Lourenço Jorge depois que o menino sofreu um acidente em uma partida de hóquei. Ele já havia passado por um hospital particular, mas a fila de espera era muito grande e o prefeito orientou a primeira-dama que levasse o menino para o Lourenço Jorge.

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Testemunhas disseram que o prefeito chegou ao hospital depois do filho e se queixou da demora no atendimento com a médica. Ela teria pedido, então, o documento para abrir o prontuário de entrada na unidade.

— O prefeito resolveu agir de forma intempestiva, começou a gritar e a ameaçar a médica de demissão — afirmou o presidente do sindicato Jorge Darze.

De acordo com funcionários, Paes teria usado a expressão: “Você sabe com quem está falando?”. Ao que ele mesmo teria respondido: “Sou seu patrão”.

A desempregada Camila Carolina da Silva, de 22 anos, que acompanhava o marido internado no Lourenço Jorge há uma semana, contou que o bate-boca ocorreu próximo ao setor de raio X.

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— A médica ficou muito nervosa e começou a chorar. Ela estava atendendo uma senhora idosa. Pediu para ele esperar um minutinho e ele agiu dessa forma”, contou. Segundo Camila, os pacientes saíram em defesa da profissional. “Teve gente que falou que em vez de ajudar o povo, ele estava prejudicando. Ele acabou se afastando e não vi mais o prefeito — contou.

Em visita ao Parque Aquático, Paes disse que ouviu na fila reclamações de outros pacientes sobre a demora no atendimento. Disse ainda que a equipe estava completa.

— Não pedi a demissão de ninguém. O que eu disse para aquela médica é que ela tinha que ter uma postura de mais atenção. Ela não dá atenção para os pacientes, e isso eu não vou aceitar na minha rede. Eu não sei se ela foi demitida, o que eu soube é que ela se demitiu. Eu vou reclamar como cidadão e como patrão. Eu fui como cidadão levar o meu filho. As pessoa diziam “prefeito, tem um monte de médico aqui e eles ficam só olhando para gente e não atendem”.

Darze afirmou que o prefeito deveria dar o exemplo de comportamento, como “servidor público número um”. “Se condições de atendimento não estão adequadas, ele é o responsável. Ele deveria ampliar a mão de obra e melhorar as condições de trabalho. O que ele não pode é chegar a um hospital público e exigir tratamento especial”.

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