A vinda da seleção do Equador para treinar em Viamão, anunciada nesta terça-feira, resulta de um acordo no qual a prefeitura prometeu custear as despesas da federação com a hospedagem do time e de convidados. O valor do investimento “ainda não foi fechado, mas não ultrapassa R$ 1 milhão e será custeado por patrocinadores privados”, garantiu o prefeito de Viamão, Valdir Bonatto.
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Segundo o prefeito, há 15 dias a cidade negocia com a Federação Equatoriana. Entre as ofertas, a promessa de custear a hospedagem inclusive das famílias e outros custos que os equatorianos julgarem necessários. Valores que devem ser definidos em reuniões a partir do dia 15, quando a delegação do Equador virá assinar o contrato em Viamão. A tranquilidade do prefeito em prometer ajuda financeira sem saber seu montante tem a seguinte explicação: grandes empresas do município, como Ambev e Coca-Cola, teriam prometido ajudar.
– Estamos investindo para impulsionar o turismo e mudar a economia da cidade, que precisa deixar de ser dormitório. Temos 100 quilômetros de uma bela costa de água doce – ressalta.
O Vila Ventura já estava “bloqueado” pela Fifa para a Copa. Caso nenhuma seleção optasse por Viamão, ali ficariam torcedores que compram os pacotes de hotel e ingresso. Mas o hotel teve um fator de peso na escolha dos dirigentes do Equador: campos de treinos e quartos de hotel no mesmo complexo. E investiu para o torneio: com 28 quartos, o local terá, até o final de março, um novo hotel com 79 novas acomodações, um novo campo de treinamento em acordo com as normas da Fifa – que exige irrigação e drenagem -, vestiário e academia.
O diretor, Samuel da Silveira, espera um efeito, nos negócios, como o visto depois que o time do São Paulo fez ali sua preparação para a final da Libertadores de 2006, contra o Inter.
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– Desde então, cerca de 20% dos clientes do hotel são paulistas, por causa da visibilidade na imprensa de lá – avalia.
O coordenador executivo do Comitê Gestor da Copa no Estado, Maurício Nunes Santos, avalia que o sorteio acabou prejudicando o projeto de trazer mais de uma seleção para treinar no Rio Grande do Sul.
– Portugal, por exemplo, gostou muito das nossas opções, mas acabou com jogos muito distantes – disse Nunes. Os portugueses atuarão em Manaus, Salvador e Brasília.
Ele ressaltou, ainda, que o Estado não oferecerá dinheiro para nenhuma seleção – apenas investirá em infraestrutura. Isso fica a cargo de investidores privados, como os que o prefeito Bonatto espera atrair. Em Viamão, o governo estadual prometeu asfaltar o acesso ao hotel pela RS-118 até a Copa.
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