A Justiça aceitou as denúncias do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e tornou o prefeito de Ponte Alta do Norte, Ari Alves Wolinger (PL), conhecido como Ari Bagúio, seus dois filhos e o secretário de Planejamento e Finanças do município réus na operação Limpeza Urbana.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp

A investigação apurou um esquema que atrelava empresas de limpeza urbana a um escritório de contabilidade, resultando em enriquecimento ilícito. Agora, os quatro investigados respondem por uma ação penal por associação criminosa e concussão, ou seja, usar um cargo público para exigir vantagens indevidas.

Ari Bagúio e o secretário, Antônio Carlos Brocardo, já estavam presos desde janeiro deste ano, e tiveram as prisões mantidas. Já os filhos de Ari, Brayan Jackson Wolinger e Hyago Heron Wolinger, cumprem medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.

Funcionários da limpeza eram obrigados a devolver dinheiro a prefeito preso em SC

Continua depois da publicidade

Operação Limpeza Urbana

Deflagrada em janeiro, a Operação Limpeza Urbana tinha como base as investigações realizadas pela Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e pelo Grupo Especial Anticorrupção. 

O prefeito e o secretário teriam criado o programa Cidade Bonita, conforme as denúncias, para contratar os serviços de conservação e limpeza urbana. Para serem contratados, os interessados teriam que abrir uma empresa, necessitando de uma assessoria contábil.

Nesse contexto, eram direcionados por agentes públicos para o escritório dos filhos do prefeito. Ainda conforme as denúncias, os interessados só poderiam prestar os serviços se devolvessem quantias mensais. 

A investigação revelou que, quando o programa Cidade Bonita foi lançado, em maio de 2021, a cobrança mensal por empresa era de R$ 175. Quando a Operação Limpeza Urbana foi deflagrada, no início de 2024, o valor era de R$ 200. Prestadores de serviços relatam que sofriam ameaças caso não efetuassem os pagamentos. A estimativa é que este esquema tenha movimentado cerca de R$ 100 mil, que teriam sido divididos entre os quatro réus. 

Continua depois da publicidade

O advogado dos réus, Justiniano Pedroso, afirma que a defesa vai “deixar seguir o processo onde, com certeza, virá de ser claramente demonstrada a inocência deles”.

Leia também

SC tentará convencer Haddad a reduzir bilhões da dívida pública

Casan arquiva sindicância sobre Lagoa da Conceição sem indicar responsáveis

Jorginho terá agenda em Blumenau com empresários, mas com eleições no radar