Cento e oitenta dias se passaram desde que o peemedebista Udo Döhler assinou seu termo de posse para assumir o comando da Prefeitura de Joinville. De lá para cá, a administração municipal viveu momentos opostos: do anúncio de cortes no orçamento aos momentos de festa, como na reinauguração do Museu da Bicicleta, da greve dos servidores aos financiamentos e repasses confirmados pelo governo federal para obras de saneamento básico e modalidade urbana.
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Em seis meses de governo, as 110 propostas que Udo fez quando candidato em propagandas eleitorais, entrevistas e em seu plano de governo serviram como uma bússola para a administração municipal, sem que elas fossem necessariamente seguidas à risca. O Promessômetro, ferramenta criada por “AN” para analisar o cumprimento das propostas feitas pelos eleitos, é um bom resumo das ações de sua equipe nesta fase inicial de mandato: o levantamento mostra que Udo conseguiu concluir quatro obras, enquanto 32 promessas não foram discutidas ou analisadas por técnicos e secretários. Além disso, 21 promessas permanecem como discussões restritas a gabinetes e estudos técnicos e outras 13 estão à procura de financiamento ou empréstimos, seja do governo federal ou do estadual.
No entanto, algumas promessas começam a se tornar visíveis para os joinvilenses – e, com elas, as primeiras dificuldades aparecem. Uma das prioridades de campanha do prefeito Udo Döhler, a duplicação da avenida Santos Dumont e a duplicação da Dona Francisca, é um exemplo. As medições e obras na Santos Dumont começaram há menos de um mês em um pequeno trecho e já teve terrenos desapropriados.
Mas a obra, que será bancada pelo governo do Estado, tem causado confusão na vida dos moradores. Dono de uma lanchonete às margens da avenida há 28 anos, Elias Rebelo, 58 anos, ainda não sabe qual a parte de seu terreno será desapropriada. Técnicos fizeram duas medições em sua casa, além de outra medição no entorno. Ele diz estar preocupado porque ainda não foi procurado por nenhum membro do governo estadual ou municipal para ser informado sobre o cronograma da desapropriação e a duplicação da via, que irá impactar diretamente em sua vida.
– Não acreditavam que iriam fazer essa obra, mas fico feliz. É algo que precisa ser feito e vai deixar a região bem melhor. Começaram devagar, acho que ainda não sabem direito como fazer o projeto, já que estão fazendo várias medições -, diz Elias, que acredita que terá 21 metros de seu terreno tomados. Apesar de contente com a obra, que poderá impulsionar seus negócios, ele queria discutir uma forma de preservar a cerejeira plantada há 28 anos no terreno. – É que dá sombra para a minha lanchonete – alega.
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