Se depender do prefeito Udo Döhler (PMDB), o Centreventos Cau Hansen e o Expocentro Edmundo Doubrawa passarão por concessão à iniciativa privada futuramente. Ele garante que a prefeitura já começou a pensar na possibilidade. Na última segunda- feira, o presidente da Associação de Joinville e Região de Pequenas, Micro e Médias Empresas (Ajorpeme), Victor Kochella, fez um pedido ao chefe do Executivo de que os dois patrimônios municipais passassem por uma parceria público-privada (PPP), assim como o terminal rodoviário da cidade.

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Para Kochella, a parceria entre entidade pública e iniciativa privada é uma oportunidade de gerar economia para o município. Também uma possibilidade de uma empresa com conhecimento técnico assumir a gestão do espaço. Segundo o presidente da Ajorpeme, a ideia surgiu depois da experiência de sucesso realizada na Expoville, concedida a um consórcio.

— Isso acabou tirando um peso das costas do ente público porque não tem mais o custo de manutenção, e tem uma empresa especializada que faz isso muito bem. Está trazendo eventos para a cidade e ainda tem o retorno financeiro porque essa empresa paga impostos — explica.

O presidente também aponta que uma PPP possibilitaria que os espaços fossem melhores explorados. Atualmente, por exemplo, o Centreventos tem sido impedido de receber jogos do basquete de Joinville por problemas estruturais apontados pelos órgãos de vistoria. Para Kochella, se o espaço fosse assumido pela iniciativa privada, seria mais rápido consertar os problemas existentes.

Por outro lado, Udo Döhler defende que as PPPs ainda precisam passar por um aperfeiçoamento porque há poucos casos bem sucedidos no país. No entanto, ele acredita que as concessões possam ser a solução, como ocorreu com a Expoville. De acordo com ele, o formato usado no complexo pode ser aplicado ao Centreventos e ao Expocentro.

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— Estamos começando lentamente a pensar nessa possibilidade — garante o prefeito.

Udo admite que o custo mensal das duas estruturas é elevado e ainda aponta como um problema os investimentos que precisam ser realizados em ambos os espaços.

Planos para a rodoviária

Na lista de pedidos de Kochella a Döhler também esteve a parceria público-privada para a rodoviária. Porém, ela é patrimônio do Instituto de Previdência Social dos Servidores Públicos de Joinville (Ipreville), responsável em decidir o futuro do prédio – a estrutura é locada à prefeitura, que administra o terminal. O presidente Sergio Miers diz que o instituto não tem nenhum interesse em fazer uma PPP. A possibilidade seria vender o imóvel para a empresa compradora fazer uma parceria com o município.

— O Ipreville é um órgão de previdência e temos que administrar a aposentadoria e as pensões. Qualquer linha de pensamento que exista é na questão de nos desfazermos do imóvel. Todos os imóveis do Ipreville estão a preço de mercado e poderão ser vendidos sem problema nenhum.

O prefeito visualiza a possibilidade de fazer uma PPP para a rodoviária apenas no futuro. Isso porque é inevitável a saída do terminal onde ele está instalado hoje, segundo Udo. Ele aponta como opção a prefeitura fazer uma permuta de um dos seus 2 mil imóveis por uma área melhor junto à BR. Nesse local seria construída a nova rodoviária, por meio de uma parceria público-privada.

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— Hoje, você vender um imóvel do município é uma trava junto ao Ministério Público. Teríamos dificuldades de toda ordem, mas nesse formato (de permuta), não. Estou apenas permutando uma área pela outra e depois construindo uma PPP.