Foi nas dependências da Associação Empresarial de Joinville (Acij), local que frequenta há algumas primaveras, que Adriano Silva apresentou o balanço de seu primeiro ano como prefeito da cidade. Antes da prestação de contas, na noite de quarta-feira (8), o chefe do executivo municipal conversou com a reportagem do A Notícia sobre o déficit de cerca de 6 mil alunos em creches, a possibilidade de uma nova via gastronômica no Centro, as polêmicas obras do rio Mathias e outros assuntos relacionados a projetos pretendidos para 2022.

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As perguntas foram respondidas de forma cautelosa e Adriano demonstrou confiança no que falava. Também ficou bastante evidente a sua satisfação com este primeiro ano de gestão e com o trabalho executado por seu “time”, como costuma chamar os secretários. O evento teve duração de quase duas horas e contou com a presença de cerca de 60 pessoas — entre empresários, secretários, vereadores e demais autoridades.

Déficit de vagas em creche

Precisando atender a uma ação judicial que exige que o município zere o déficit de cerca de 6 mil alunos na educação infantil, o prefeito Adriano Silva diz que a prefeitura trabalha em um projeto amplo para, pelo menos até o final do governo, abater este número.

O primeiro ato executado, segundo o prefeito, foi rever o modelo antigo dos convênios com unidades filantrópicas e privadas, “que vinham recebendo um valor abaixo do mercado” e ficavam financeiramente prejudicadas, o que fez com que poucas vagas neste modelo continuassem a ser ofertadas.

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— Então a gente refez este modelo. Hoje, estamos ampliando e, para o ano que vem, já são 1500 vagas só neste sistema. Com isso, já reduz bastante o número de crianças fora de creches — garante o prefeito.

Adriano também citou como alternativa a construção de novas creches por parte da prefeitura. Este, no entanto, é um projeto de longo a médio prazo e a expectativa é de que, pelo menos em três anos, seja finalizado. Apesar da ação judicial, há possibilidade de tentativa de acordo com o Ministério Público, autor da ação.

— Imagino que até o final do governo vamos conseguir reduzir bastante esse déficit, se não conseguirmos chegar na totalidade. Mas vamos depender dessas obras — afirma.

Ressignificação do Centro

Uma das teclas mais batidas pelo prefeito, desde a campanha eleitoral, é a ressignificação do Centro de Joinville e o embelezamento da cidade para, em suas palavras, “resgatar o orgulho joinvilense”. Alguns passos neste sentido já foram dados pela gestão, como reformas em espaços públicos e adoção de canteiros floridos na região central.

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A criação de uma nova via gastronômica, na Travessa Doutor Norberto Bachmann, é uma das propostas para o ano que vem. Segundo Adriano Silva, a prefeitura propõe a requalificação asfáltica da área e a instalação dos comércios em si dependerá do interesse dos empresários. 

A prefeitura já lançou a licitação de R$ 966 mil da obra, que prevê um conjunto de intervenções, na rua, passeios, paisagismo e demais equipamentos, além de drenagem e outros investimentos em infraestrutura. A previsão de conclusão é maio de 2022.

— A ideia é que seja um grande calçadão. Durante o dia, terá a passagem de veículos, mas com limitação de quantidade. À noite, muito provavelmente, será fechada para colocarem mesas nas ruas. A gente quer trazer aquela coisa gostosa de centro de cidade — explica.

Adriano também citou a revitalização do Moinho de Joinville, projeto da Fiesc para o espaço que prevê a construção de edificações no entorno, e outras qualificações às margens do rio Cachoeira — ambos projetos de iniciativa privada. “É um redesenho da orla do rio”, define.

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— O próprio natal é um chamariz para as pessoas terem um novo olhar para o centro da cidade. Então é uma oportunidade para empreendedores e lojistas começarem a perceber que podem investir de forma diferente no centro -— pontua.

Impacto do Novo de Joinville a nível nacional

Contente com sua equipe e, na sua avaliação, com decisões acertadas na condução da gestão, outro motivo de orgulho para Adriano é ser o único filiado ao Novo que conseguiu assumir uma prefeitura durante as eleições de 2020.

Por este motivo, Joinville tem sido referência para a sigla e, durante o fim de semana, Adriano viaja a Belo Horizonte (MG) em uma reunião estadual do partido, que contará com a presença do governador Romeu Zema e do pré-candidato presidenciável Luiz Felipe d’Avila, para, em suas palavras, “levar aquilo que sempre preconizou na teoria e que na prática tem funcionado.

— Por exemplo, a gente ter feito processo seletivo para todos os cargos comissionados, talvez tenha sido o único case no Brasil. Hoje, essas entregas que fizemos durante este ano, foi justamente por isso, por ter um time técnico, coeso e trabalhando junto às secretarias, se ajudando em prol de Joinville -— diz. 

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Obra do rio Mathias

Classificada, em outra oportunidade, como “herança ruim” para Joinville, nem a pergunta sobre a obra do rio Mathias foi capaz de tirar o sorriso do rosto de Adriano durante a noite de quarta-feira.

Questionado sobre dar conclusão aos trabalhos, o prefeito não respondeu nem “sim” nem “não”, apenas citou que a perícia judicial, por parte do Ministério Público Federal (MPF), já vem sendo feita (desde 2018) e, após essas investigações serem concluídas, a prefeitura ainda pretende realizar uma perícia técnica onde as atividades foram executadas.

— Vamos ter que entrar, fazer toda uma avaliação do que foi executado e como estão essas obras para entender o futuro delas… Se vale a pena abrir e terminar ela, ou se vai ter que refazer outros pedaços que não estão bem feitos. Enfim, só depois desta avaliação que vamos conseguir dizer o futuro da obra do rio Mathias — enfatizou.

Tomadas de decisão na pandemia

Quando Adriano Silva assumiu o governo, muitas coisas ainda eram incertas com relação à pandemia da Covid-19 e a expectativa era de que a vacina chegasse o quanto antes. O prefeito afirma que, mesmo neste cenário, a secretaria de Saúde estava munida de informações e bastante organizada para o controle da doença na cidade. Mas aí, surgiu uma nova onda da doença.

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— Tínhamos um modelo matemático que sabíamos que, em 14 dias, as pessoas ficavam em estágio grave. Então tínhamos a previsibilidade, controle das UTIs e tudo mais. A grande mudança foi a variante que, em menos de 48 horas, as pessoas passavam para o estágio grave — lembra.

Com esta nova perspectiva, o modelo matemático já não servia mais, mas, mesmo sem muito no que se embasar, as decisões precisavam ser tomadas.

-— E hoje, olhando para trás, percebemos que foram decisões corretas — destaca.

Além de montar os hospitais de campanha dentro dos PAs, Adriano diz que houve agilidade no processo de montar e desmontar essas unidades, o que possibilitou a atender às diferentes demandas. E o maior acerto, segundo o prefeito, foi o sistema de agendamento online para vacinação contra a doença.

— A maioria das cidades no Brasil acabavam fazendo por demanda, então era muito comum filas de quatro a seis horas de espera. Em Joinville, a gente não tinha essa espera. A pessoa chegava no local, no seu horário, e fazia a vacinação – finaliza. 

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