O prefeito de Joinville Udo Döhler afirmou nesta quinta-feira (30) que as obras de infraestrutura são a prioridade do seu governo a pouco mais de 500 dias do fim do mandato. Udo fez um balanço administrativo dos dois anos e meio de governo ao Jornal do Almoço, da RBS TV, numa série de entrevistas que estão sendo feitas pelo Grupo RBS com os prefeitos das maiores cidades de SC.

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Segundo Udo, as principais obras de mobilidade devem ser agilizadas, como a duplicação das avenida Santos Dumont e das ruas Dona Francisca e Edgar Nelson Meister, ambas na zona Norte, além da ampliação dos corredores de ônibus. As obras de pavimentação estão previstas para ocorrer em 58 ruas. Já as dos corredores de ônibus, que já começaram, devem avançar neste segundo semestre.

– Serão três pontes, 56 quilômetros de corredores de ônibus e uma estação de integração.

Sobre a pavimentação de 300 quilômetros de ruas da cidade, promessa feita durante a campanha de 2012, o prefeito reconheceu que não será possível concluir.

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– É pouco provável que isso vá acontecer – afirmou.

Questionado sobre a área da saúde, o prefeito ressaltou avanços conquistados e disse, especificamente sobre a greve dos servidores do Hospital São José, que ela foi “totalmente desnecessária”. Ele afirmou que o laudo sobre a insalubridade – principal ponto de conflito e motivo da greve – foi pedido pelo próprio Sindicato dos Servidores e que ele, como prefeito, terá de cumprir o que diz a lei.

– Não posso pagar a insalubridade se a perícia disser para não pagar. Isso é improbidade administrativa – ressaltou.

Segundo o prefeito, apesar dos investimentos feitos, não será possível zerar as filas para consultas e garantir as melhorias sem comprometer o orçamento.

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– Quando chegamos ao governo, o município tinha comprometido 33% do orçamento com a área da saúde. Hoje, temos 37%, podendo chegar a 40% até o fim do mandato.

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Udo destacou ainda a parceria do governo do Estado em relação às obras e lembrou que é preciso discutir uma compensação estadual ou federal para o trabalho feito pelo Hospital São José, que atende a toda a região e é bancado pelo município.

Sobre uma das obras de mobilidade prometidas para as regiões Sul e Leste da cidade, a ponte que ligará os bairros Adhemar Garcia e Boa Vista, Udo lembrou que, mesmo que a fonte de recursos do governo federal tenha secado por causa da crise econômica, um protocolo foi assinado com o Fonplata, que é um fundo financeiro para o desenvolvimento dos países da América Latina, o mesmo que financiou os parques em Joinville.

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– É uma boa notícia. O Fonplata se ofereceu para financiar R$ 40 milhões e já assinamos o primeiro protocolo – ressaltou Udo, lembrando que a ponte é uma das obras que ele pretende começar ainda durante o mandato.

Ao fazer um balanço geral do governo, Udo reforçou que o principal avanço é a melhoria em todo o processo administrativo, que hoje é totalmente digitalizado.

– O processo de gestão foi o grande avanço. Melhorou muito e não há espaço para desvios de conduta na Prefeitura.

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O que os adversários de Udo fariam se estivessem no governo

A reportagem de “A Notícia” ouviu os quatro candidatos que disputaram a eleição de 2012 com Udo Döhler para fazer uma avaliação do atual governo e o que fariam de diferente caso tivessem sido eleitos.

O tucano Marco Tebaldi caracterizou como “ridículo” o desempenho do governo Udo e disse que o prefeito tem se mostrado insensível e arrogante, especialmente em relação à saúde, área que foi bastante debatida na campanha eleitoral. O maior exemplo, de acordo com o tucano, é a greve no Hospital São Jose.

– O prefeito teria que pedir desculpas ao eleitor de Joinville pela insensibilidade, irresponsabilidade e arrogância de manter uma greve absurda no São José por 20 dias, com pessoas morrendo nos corredores. Por causa de R$ 156 mil mensais. De diferente, eu faria tudo, porque ele não fez nada. Qualquer coisa que fizesse seria diferente – afirmou.

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O ex-prefeito Carlito Merss (PT) preferiu não avaliar o atual governo.

– Só vou responder uma coisa: quero que “A Notícia” faça o mesmo que fez comigo, uma análise com um promessômetro. Se fizerem um promessômetro agora e outro em janeiro, aí sim. Os quatro anos comigo, só valia o que a imprensa publicou. Pela imprensa, eu não fiz nada. Meu governo está lá. Tem números para mostrar. Depois que “A Notícia” publicar, aí eu vou poder avaliar – destacou.

Para Leonel Camasão (PSOL), o prefeito não está conseguindo cumprir algumas promessas que fez durante a campanha e que “vive uma certa paralisia”.

– Está mal. Está mal. Está mal. Ele fez promessas que não poderia cumprir e algumas que ele cumpriu não está fazendo com transparência, como a doação do salário – ponderou.

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Leonel Camasão considera que o governo não conseguiu avançar em assuntos importantes, como a Lei de Ordenamento Territorial (LOT), as licitações do transporte coletivo e do estacionamento rotativo e em discussões sobre planejamento urbano.

– Se eu estivesse no governo, a primeira coisa seria zerar tudo e recomeçar do zero, ouvindo todo mundo, com planejamento participativo de verdade.

Já o deputado Kennedy Nunes (PSD) disse que o governo está “perdido” e que se caracteriza pela “incompetência”.

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– O prefeito está falhando naquilo que mais falou na campanha, que era a saúde – afirmou Kennedy.

Sobre o que faria diferente, Kennedy Nunes disse que teria um melhor planejamento de projetos para captação de recursos para as obras que estão paradas.