O prefeito de Ibirama, Adriano Poffo, virou réu na Operação Mensageiro nesta quinta-feira (27). O Ministério Público de Santa Catarina sustenta em denúncia enviada à Justiça o envolvimento dele no recebimento de propina para beneficiar a Serrana Engenharia pelo menos desde 2019. Ao longo dos quase três anos em que teria participado do esquema, recebeu pagamentos mensais de R$ 2,5 mil.

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A promotoria diz que a propina em Ibirama teria começado em meados de 2017, com o secretário de Administração e Finanças, Fábio Fusinato, responsável pelas licitações e agora réu na Operação Mensageiro. O processo remetido ao Judiciário aponta que ele supostamente recebia mensalmente R$ 2,5 mil pelo favorecimento à Serrana no contrato de coleta de lixo.

Ainda segundo a denúncia, o esquema chegou até o prefeito em 2019, diante da necessidade de renovar o contrato. A partir daí, Fusinato pediu aumento na “mesada” e ele e Poffo passaram a ganhar R$ 5 mil ao mês. O MPSC frisa que entre agosto de 2019 e dezembro de 2022 houve ao menos 17 pagamentos à dupla.

Na maioria das vezes, de acordo a promotoria, Fusinato recebia o valor dele e do prefeito, e depois ia ao encontro de Poffo para entregar o dinheiro. Em um dos episódios, entretanto, o chefe do Executivo de Ibirama estava junto. Teria sido em 11 de novembro de 2022, quando foram a um posto de combustíveis de Joinville buscar R$ 30 mil, referente a julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro.

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A investigação já apontou que, apesar de o acerto ser para valores mensais, os pagamentos nem sempre mantinham essa periodicidade e às vezes eram feitos de forma acumulada.

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Os contratos alvo da investigação na cidade do Vale do Itajaí foram firmados em 2012, 2014 e 2019. O MPSC cita que na última destas licitações, uma pessoa contratada pela Serrana fez a minuta do edital e a entregou em um pendrive para Fusinato. Dias depois, o edital foi publicado. O documento estabelecia critérios dificultando a concorrência e direcionamento à empresa.

A Serrana venceu o certame de R$ 1,1 milhão e, depois disso, houve mais três aditivos. Conforme o processo, nessa licitação, ainda havia ordem para garantir um contrato mais lucrativo, tendo em vista que o que acordo vigente naquele momento não estava sendo vantajoso para a operação da empresa em Ibirama.

Presos

O prefeito afastado de Ibirama, Adriano Poffo, e o secretário de Administração e Finanças, Fábio Fusinato, foram presos em 27 de abril e não conseguiram direito de responder em liberdade.

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A defesa de Fusinato informou que irá apresentar recurso contra a decisão da 5ª Câmara Criminal, que tornou o secretário réu.

A defesa do prefeito Adriano Poffo afirmou ter convicção da inocência do cliente e “entende que a denúncia está embasada em suposições do órgão acusador, que não se sustentam, até porque todos os delatores são uníssonos em afirmar que Adriano jamais praticou qualquer ato ilícito. O recebimento da denúncia na data de hoje em relação a Adriano se constitui numa injustiça e será objeto de recurso”.

A Serrana Engenharia informou que todos os esclarecimentos e manifestações serão realizados exclusivamente nos respectivos processos da Operação Mensageiro.

Errata: Adriano Poffo e Fábio Fusinato recebiam juntos o valor de R$ 5 mil ao mês, conforme a denúnciam, o que equivale a R$ 2,5 mil para cada.

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