O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, disse na manhã desta segunda-feira (6) que o sistema de saúde da Capital está “muito próximo” de entrar em colapso por conta do aumento de internações de pacientes com o novo coronavírus, e voltou a fazer um apelo para que a população respeite as medidas de isolamento social.

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Em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina (BDSC), da NSC TV, Gean Loureiro disse ainda que as projeções feitas duas semanas atrás já apontavam para este cenário, e que por isso Florianópolis adotou novas restrições. Ele afirmou também que essas medidas, embora não tenham durado o tempo previsto, tiveram impacto sobre os novos casos na Capital, mas ressaltou que o efeito não foi completo porque a ação não foi acompanhada por outras cidades.

— A gente sabe que o grande dilema é chegar numa situação de colapso, onde a gente está muito próximo, e o médico ter que decidir quem vai para o leito e quem não vai, ou tentar deslocar para um outro local, eventualmente sem sucesso — afirmou o prefeito.

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A taxa de ocupação dos leitos de UTI de Florianópolis está em 90,19%, segundo a última atualização da prefeitura, feita nesta segunda (6). Na sexta (3), dois hospitais da cidade anunciaram ter atingido a lotação máxima em suas UTIs. A cidade soma 1.660 casos confirmados de Covid-19 e tem 18 mortes, conforme os dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) também deste domingo. 

— O que está acontecendo agora eu anunciei aqui no Bom Dia Santa Catarina duas semanas atrás que iria acontecer. Nós trabalhamos com projeções que determinavam, pelo fator de transmissão, um aumento do número de novos casos dia, o aumento do número de internações, e acabou acontecendo. Nesse momento, a gente precisa pedir mais uma vez o apoio da população — afirmou Gean Loureiro.

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Ele também afirmou que um trabalho realizado nos últimos dias indicou que os supermercados e os encontros sociais em residências estão entre os pontos de maior transmissibilidade da doença.

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— É o churrasco do final de semana, é o encontro entre amigos, que parece que não traz nenhum efeito, mas está ocorrendo um grande fator de transmissão em função do número de assintomáticos que estão transmitindo — comentou.

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O prefeito informou que vai procurar o Governo de Santa Catarina nesta semana para relatar a preocupação da região quanto à ocupação de leitos.

— Mas volto a dizer, nunca vai ter leitos suficientes se a população não fizer a sua parte, se não tiver uma cooperação, ainda estamos em fase de crescimento, toda a região precisa se integrar, estimulando essas medidas — completou.