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O prefeito de Florianópolis Dário Berger (PMDB) falou nesta quarta-feira sobre a apreensão de propaganda eleitoral no porta-malas de um veículo oficial da prefeitura. Ele aguardou informações da ação policial para se manifestar sobre o episódio.

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Após 48 horas, Dário deu detalhes sobre o que ocorreu na segunda-feira e antecipou que não vê irregularidade no transporte de adesivos e santinhos dos candidatos Luiz Henrique (PMDB) e Rose Berger (PMDB). Para ele, tudo não passa de uma ação “eleitoreira” dos adversários. Confira a entrevista exclusiva.

Diário Catarinense: O seu motorista Alcebíades Pires o levou ao Golden Hotel, onde o senhor pegou o helicóptero para Criciúma?

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Dário Berger: Confere.

DC: O senhor retornou de Criciúma por volta das 14h?

Dário: Confere.

DC: Por que o Alcebíades não estava esperando o senhor?

Dário: Bem… é… porque o João Batista (vice-prefeito) estava me esperando. Ele precisava falar comigo.

DC: Como o senhor ficou sabendo da apreensão do carro?

Dário: Foi o meu assessor, o Silvio, me comunicou que o carro tinha sido apreendido.

DC: O senhor sabia do encontro do PR no hotel?

Dário: Não tinha conhecimento.

DC: Mas o João Batista não chegou a conversar com o senhor…

Dário: Não, não. E eu não tenho nada a ver com o PR.

DC: Quem teria interesse em fazer esse tipo de denúncia?

Dário: Aqueles que sempre fazem as denúncias. Eu não conheço outra pessoa que não seja ligada ao PP que até hoje me denunciou.

DC: Mas há quem diga que pode ter sido gente ligada ao ex-prefeito Fernando Elias…

Dário: Ah… pode ser também. Eu não posso afirmar.

DC: Mas o senhor tem informação de que alguém possa ter ligado para a polícia?

Dário: Não. O Silvio me informou que o carro tinha sido apreendido e que tinha um problema na placa de segurança. E, diga-se de passagem, não é a primeira vez que isso acontece conosco.

DC: Essa autorização venceu…

Dário: A impressão que dá é que nós fizemos uma placa fria, roubamos uma placa e a colocamos. Pelo contrário, a placa tem todo seu aparato jurídico, concedido por um órgão estadual de trânsito.

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DC: O senhor pretende tomar alguma providência legal em relação ao Detran?

Dário: O próprio Detran, no ofício enviado para mim, cita no último parágrafo que trata-se de uma placa de segurança. É uma placa que vem desde 2005. Eu não coloquei essa placa para fazer campanha eleitoral.

DC: O senhor tinha conhecimento que havia propaganda no porta-malas do carro?

Dário: Sim. O fato de ter uma propaganda no porta-malas caracteriza que é para uso pessoal e não para distribuir com o carro oficial.

DC: Não dá a conotação de que estava ali para ser distribuída?

Dário: Claro que não. Eu nunca distribui adesivos das minhas candidaturas, quanto mais de outros.

DC: E a propaganda de Rose Berger? Isso não compromete?

Dário: Da candidata Rose Berger havia 10 santinhos e um jornalecozinho. O jornalzinho da Rose estava na calha da porta. Eu recebi na sinaleira, em frente ao Beiramar Shopping.

DC: E com relação ao dinheiro?

Dário: É uma quantia bastante insignificante.

DC: É R$ 1,8 mil, segundo a Polícia Rodoviária Federal?

Dário: Isso é uma quantia insignificante. Dá quanto almoços em uma churrascaria?

DC: Depende da churrascaria.

Dário: São recursos pessoais para o dia a dia. Não vou sair pegando dinheiro e pagando. Aliás, eu nunca paguei nenhum almoço com dinheiro da prefeitura.

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DC: Então essa quantia pertence ao senhor?

Dário: O dinheiro é meu.

DC: E o Alcebíades chegou a relatar isso para a Polícia?

Dário: Eu não sei, não falei com o Alcebíades ainda. Ele está meio traumatizado (risos).

DC: Então ele tinha conhecimento de que havia propaganda no porta-malas?

Dário: Eu não tenho certeza se ele sabia, mas ele deveria saber.

DC: Diante dessa situação, que tipo de constrangimento causou para o senhor?

Dário: Isso causou um sensacionalismo absurdamente exagerado a respeito dessa situação.

DC: A polícia disse que era uma placa de segurança fria?

Dário: No inquérito, a Polícia Rodoviária Federal coloca para encaminhar como furto e o delegado federal coloca como veículo furtado. Isso está nos autos. O que é uma mentira condenável partindo de autoridades.

DC: O senhor está dando uma conotação política?

Dário: Mas é evidente. Alguém tem interesse de criar um sensacionalismo, de criar um fato político eleitoreiro para criar um constrangimento meu e sobretudo dos candidatos aos quais eu dou apoio.

DC: Quem tem interesse?

Dário: As apurações vão mostrar.

DC: Se o material estava no carro poderia ser distribuído?

Dário: Eu lá preciso de carro oficial para fazer campanha? A minha campanha eu faço no discurso.

DC: E o cidadão que paga impostos, como fica?

Dário: Eu não estou fazendo propaganda. Estou carregando meia dúzia de adesivos para meu uso pessoal. Não estou gastando mais gasolina. Não estou fazendo nada de irregular.