Aparentemente tranquilo e orgulhoso por ter protagonizado a maior votação nos quase 87 anos de sua cidade, o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSDB), diz estar sendo vítima de uma tentativa de golpe pelo fato de a sua reeleição estar ameaçada por conta do processo que enfrenta na Justiça Eleitoral.

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Apesar de muitos duvidarem que a situação será revertida e apostarem na necessidade de uma nova eleição, Salvaro, pelo menos em público, descarta esta hipótese e garante ter muita fé no Judiciário.

O atual prefeito obteve 85.549 votos, o equivalente a 76,38% do total, o maior percentual da história de Criciúma e um dos maiores do Brasil. Comemorou, chorou, fez carreata e deu um monte de entrevistas. Mas ainda que não queira admitir, não tem certeza se poderá voltar ao cargo mais importante do município a partir de 1º de janeiro de 2013.

Clésio enfrenta um processo por abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os votos recebidos por ele não estão disponibilizados nas listas oficiais de eleitos, justamente porque sua candidatura está subjúdice.

Salvaro está empenhado em reverter a situação, mas a possibilidade de uma nova eleição em Criciúma existe, uma vez que o primeiro colocado obteve mais de 50% dos votos.

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_ Não houve abuso de poder econômico e nem o uso indevido de meios de comunicação durante a campanha. Não cometi irregularidade nenhuma. Sou ficha limpa, Criciúma é ficha limpa e sou favorável à lei, mas totalmente contra o golpe que estão tentando aplicar.

Salvaro garante inocência e diz contar com amparo legal para ter disputado a eleição.

_ Em 2008, a Justiça Eleitoral declarou que eu ficaria inelegível por três anos. Passado este tempo, minha elegibilidade foi restabelecida, e só fui candidato agora porque a Justiça permitiu.

Salvaro sequer cogita outro nome para apoiar em uma possível nova eleição, pois acredita que isso não vai ocorrer. Mas se o pleito for realmente realizado, ele não poderá concorrer.

O TSE pretende julgar todos os recursos (só os relacionados à Lei da Ficha Limpa somam mais de três mil em todo o país) até o dia 19 de dezembro, último prazo para diplomação dos eleitos.

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Se confirmada a cassação de Salvaro, a Justiça Eleitoral tem até 40 dias para realizar uma nova eleição. E caso a situação não seja definida até 1º de janeiro, quem assume a prefeitura interinamente será o novo presidente da Câmara de Vereadores.