O prefeito de Caracas, o opositor Antonio Ledezma, foi detido por ordem da Procuradoria por promover um golpe de Estado na Venezuela – declarou o presidente Nicolás Maduro, nesta quinta-feira.
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– O senhor Ledezma, que no dia de hoje foi detido por ordem da Procuradoria, deve ser processado pela Justiça venezuelana para que responda por todos os crimes cometidos contra a paz do país, a segurança e a Constituição – afirmou Maduro, referindo-se a uma suposta tentativa de golpe, já anunciada por ele há alguns dias.
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Antonio Ledezma foi preso por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), informaram a mulher do político e fontes da oposição venezuelana.
– Levaram Antonio Ledezma com violência (…) Chegaram destruindo tudo que encontravam pelo caminho. Não deram nem tempo de falar – denunciou a mulher do prefeito, Mitzy Capriles de Ledezma, à “Unión Radio”.
Segundo Mitzy, “vários” homens do Sebin, com o rosto coberto, apareceram no gabinete do prefeito para prendê-lo. Ao deixarem o prédio, os agentes “atiraram várias vezes para o alto” para dispersar a multidão que se aglomerou, continuou Mitzy, que tem feito postagens na conta do Twitter do marido após a prisão dele.
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No sabemos dónde ha decidido Maduro llevarse a Antonio. Permaneceremos aquí en el SEBIN para velar por la salud y los derechos de mi esposo
– Antonio Ledezma (@alcaldeledezma) February 20, 2015
O advogado de Ledezma, Omar Estacio, disse à mesma emissora que “não foi apresentado um mandado de prisão”.
– Toda minha solidariedade para o prefeito Ledezma diante dessa inesperada detenção! – escreveu em sua conta oficial no Twitter o prefeito do município metropolitano de Caracas (leste), Ramón Muchacho, também da oposição.
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A advogada e diretora internacional do Fórum Penal Venezuelano, Tamara Suju, postou em sua conta no Twitter, imagens do momento da prisão de Ledezma.
Momento en que se llevan a @AlcaldeLedezma de su oficina, captado por cámaras de seguridad pic.twitter.com/cgcwq4ptFX
– Tamara Suju (@TAMARA_SUJU) February 19, 2015
Cerca de meia hora antes do anúncio de sua prisão, o próprio Ledezma alertou no Twitter sobre a chegada dos agentes.
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– Meu gabinete vai ser revistado neste momento por vários policiais do regime – tuitou (veja abaixo).
Mi oficina pretende ser allanada en este momento por varios policias del régimen, torre Exa, el Rosal.
– Antonio Ledezma (@alcaldeledezma) February 19, 2015
A frente da sede do Serviço Bolivariano de Inteligência está cercado por policiais devido à concentração de pessoas no local.
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Foto: Federico Parra, AFP
Ledezma, de 59 anos, é um dos veteranos da oposição venezuelana, já tendo atuado como senador, deputado e governador do antigo Distrito Capital (Caracas). Ele foi eleito em 2009 e reeleito em 2013 como prefeito de Caracas, região que reúne cinco municípios metropolitanos.
Suas funções foram severamente restringidas pelo governo central da Venezuela. O presidente Maduro acusou Ledezma – ao qual se refere como “El Vampiro” – de ser um dos promotores das manifestações contra o governo que varreram o país entre fevereiro e maio de 2014.
As passeatas terminaram com 43 mortos. Maduro também denunciou o prefeito pelo envolvimento na estratégia conhecida como “la salida”, que teria como objetivo derrubar o presidente. O centro da estratégia seria a promoção de multitudinários protestos na ruas. Seu principal promotor, Leopoldo López, outro líder da oposição, está há um ano detido, sob a acusação de incitar a violência.
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*AFP