O prefeito de Canoinhas, Beto Passos (PSD), renunciou ao cargo na tarde desta terça-feira (5), poucas horas antes da Câmara de Vereadores votar se aceitava a denúncia que pedia o impeachment do chefe do Executivo. O político está preso desde a semana passada após operação do Ministério Público de SC.

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A renúncia foi enviada por e-mail para a Câmara de Vereadores durante a tarde e foi lida na sessão realizada no início da noite. O prefeito informou que abre mão do cargo por motivos pessoais. O advogado de defesa, Marlon Charles Bertol, reforçou que a decisão não tem relação com o pedido de impeachment no Legislativo.

Mesmo com a renúncia, a Câmara de Vereadores votou o pedido para instaurar o processo de impeachment de Passos e do vice, Renato Pike (PL). A solicitação de procedimento para cassação dos mandatos foi aprovada por unanimidade.

Com isso, foi montada por sorteio uma comissão avaliadora que deve conduzir os trabalhos. A presidente será Silmara Gontarek (UB), o relator Marcos Homer (Podemos) e o membro Maurício Zimmermann (PL).

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Prefeito e vice de Canoinhas foram presos na semana passada durante operação do Ministério Público que investiga os crimes de corrupção e fraudes em licitações em cidades do Planalto Norte de Santa Catarina.

A renúncia de Beto Passos não muda o atual cenário da prefeitura de Canoinhas. Pela ordem, assumiria o cargo o vice Renato Pike, que permanece preso. Com isso, se mantém na cadeira de prefeito o presidente da Câmara, Willian Godoy.

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Entenda a operação

Beto Passos e Renato Pike foram presos na sétima fase da Operação Et Pater Filium, que apura crimes de organização criminosa, peculato, fraudes à licitação, corrupção e lavagem de dinheiro referentes a contratos de prestação de serviços nas áreas de educação e infraestrutura.

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Esta força-tarefa é fruto do desdobramento das investigações realizadas das fases anteriores da operação que se apuraram crimes contra a administração pública e outros na região do Planalto Norte, envolvendo agentes públicos e particulares.

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Em agosto de 2020, o prefeito Orildo Antônio Servegnini, de Major Vieira, e o filho dele, Marcus Vinícius, foram presos na operação Et Pater Filium. Na ocasião, o prefeito também era presidente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam).

Em julho de 2021, o prefeito Adelmo Alberti, de Bela Vista do Toldo, também foi preso na quarta fase da operação Et Pater Filium. No último dia 25, a esposa dele, Maria Emília Schiessl Alberti, também foi presa durante a quinta fase da mesma operação.

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