O prefeito de Dionísio Cerqueira, Altair Rittes (PT), negou ter cometido as irregularidades apontadas pela Polícia Civil em operação denominada Última Hora, realizada na quarta-feira. Afastado do cargo, por medida judicial, ele concedeu coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira, no Rotary Clube, para se justificar.

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Quatro servidores municipais foram presos na ação policial que denuncia pagamento de horas extras indevidas e suspeita de direcionamento de licitação.

Ele se disse surpreso com a dimensão da operação policial realizada na quarta-feira, que utilizou inclusive helicóptero do Serviço Aeropolicial de Fonteira (Saer/Fron). Na ocasião foram presos o secretário de saúde, João Carlos Sthal, a secretária de Assistência Social, Marilene Limberger, a diretora do Hospital Municipal de Dionísio Cerqueira, Deliziane dos Santos, e o servidor público Luiz Fernando Agneli.

O delegado da Polícia Civil, Eduardo Mattos, disse que as prisões ocorreram por suspeita de pagamento indevido de horas extras, num montante que poderia chegar a R$ 6 milhões. O Ministério Público solicitou uma ação cautelar de afastamento do prefeito, por cinco dias, por suspeita de improbidade administrativa.

Rittes disse que, nos últimos 6,5 anos em que administrou o município, estando no quarto mandato, pagou R$ 3,57 milhões em horas extras para mais de 300 funcionários, numa média de R$ 45 mil.

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– Não houve pagamento indevido pois são funcionários que trabalham no hospital e na saúde nos finais de semana- afirmou.

Rittes defendeu seus secretários e funcionários dizendo que são pessoas honestas. Afirmou que não houve pagamento a laranjas para beneficiar cargos comissionados, como suspeita o Ministério Público.

– Eu não teria coragem de pedir um real para um funcionário e também não houve pagamento de horas extras por ser de partido A, B ou C como querem sugerir – desabafou Rittes, que chegou a chorar durante a coletiva.

Ele afirmou que,se houve algum pagamento de horas extras a um funcionário em férias, ocorreu por erro e não má fé. Sobre a suspeita de direcionamento de licitação afirmou que somente foi exigida qualidade de filmes de raios-x.

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Para Rittes, as denúncias foram de funcionários insatisfeitos por terem sidos exonerados.

O prefeito afirmou que está tomando medidas jurídicas para retornar ao cargo e que não teme nenhuma investigação pois está com a consciência tranquila.

Enquanto isso o vicem, Flávio Berté (PSDB), assumiu o executivo.

Os escritórios dos advogados dos presos foram contactados mas ainda estão analisando o processo e não se manifestaram. O advogado de Luiz Angeli não atendeu as ligações no celular.

Nesta quinta-feira a Polícia Civil ouviu 10 testemunhas e o delegado reiterou que há elementos que comprovam o pagamento indevido.