Depois de ser afastado do cargo no início de setembro, por suspeita de fraude em licitações e concursos, o prefeito de Ibiam, Clóvis José Busatto, acabou sendo preso durante o final de semana. Ele foi levado para a Unidade Prisional de Videira, onde está à disposição da Justiça.
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A prisão preventiva foi determinada pelo Tribunal de Justiça, após solicitação da Procuradoria Geral do Estado.
O promotor de Justiça da Comarca de Lages, Joel Rogério Furtado Júnior, recebeu o mandado de prisão no final da tarde de sexta-feira e, no sábado, policiais do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), cumpriram a determinação. O prefeito foi detido em sua residência e levado para a Unidade Prisional de Videira, onde ficará à disposição da Justiça.
De acordo com o promotor a prisão do prefeito tem relação com a Operação Resposta Certa, que apurou fraudes em concursos públicos na prefeitura de Ibiam. Na oportunidade foram presas dez pessoas mas o prefeito não estava entre elas. Posteriormente é que foram apurados indícios de participação, que resultaram na prisão.
– Foi apurado fornecimento de gabarito para alguns concorrentes – explicou o promotor.
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Na época foram bloqueados R$ 2,25 milhões em bens, incluíndo patrimônio do prefeito e um vereador. Além disso o prefeito é suspeito de envolvimento em fraude em licitação, com direcionamento da empresa vencedora da licitação e fornecimento de modelo inferior ao contratado.
Outra irregularidade teria ocorrido na contratação de pessoas para a realização de festas do município. De acordo com o Ministério Público haveria até um recibo de propina.
Na prefeitura de Ibiam ninguém quis comentar o assunto pois o prefeito não estava mais no cargo.
CONTRAPONTO
O advogado André Mello Filho assumiu a defesa do prefeito e disse que está começando a analisar o processo e o que motivou o pedido de prisão preventiva. Mas já adiantou que as acusações de pagamento de propina contra o prefeito foi de um ex-secretário que teria feito a licitação fria, segundo o advogado. Segundo a defesa o prefeito não participou da elaboração do concurso e das licitações onde foram apontadas irregularidades.
– O prefeito não teve absolutamente nada com isso – defendeu.
O advogado argumentou também que os veículos comprados estão sendo utilizados na prefeitura. Mello Filho disse que respeita a decisão da justiça mas discorda e vai buscar provas para defender seu cliente e ver qual medida poderá adotar para colocá-lo em liberdade.
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