Policiais civis e peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Lages, na Serra Catarinense, investigam um arrombamento ocorrido na sede do órgão, localizado no bairro Universitário.
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O crime foi descoberto às 7h desta sexta-feira quando servidores chegaram ao local para trabalhar. A provável hipótese é de que o arrombamento tenha ocorrido durante a madrugada.
O gerente mesorregional do IGP de Lages, Marco Antonio Bubniak, acredita que a procura dos criminosos era por armas e munições que estavam no local para serem periciadas.
No entanto, o levantamento do que foi levado só será feito após a conclusão da coleta das impressões digitais dos criminosos. Bubniak prefere não estimar números, e diz que qualquer informação neste sentido por enquanto é boato.
– Geralmente o prédio do IGP tem câmeras fotográficas, computadores, celulares, drogas, armas e munições que passam por perícia. Mas nem nós sabemos o que foi levado, muito menos a quantidade. Muita coisa ficou espalhada pelo chão, e é preciso contabilizar tudo.
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Até o início da tarde desta sexta-feira, duas coisas eram certas: uma câmera fotográfica foi levada pelos bandidos, e não havia grande quantidade de drogas dentro do prédio, segundo o gerente do IGP, pois os entorpecentes que estavam em Lages teriam sido encaminhados ao IGP de Chapecó para análise laboratorial ainda na quinta-feira, antes do arrombamento.
Peritos buscam digitais e avaliam o que foi levado. Foto: Jatir Fernandes
Inaugurado em maio de 2006, o prédio do IGP de Lages fica em anexo à Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac) e não tem vigilante, câmeras ou grades nas janelas. O sistema de alarme, único dispositivo que poderia garantir o mínimo de proteção, foi sabotado pelos criminosos.
Nem portão existe na parte de trás, e qualquer pessoa pode entrar no local quando quiser, tanto que os ladrões arrombaram a porta dos fundos. Aliás, o próprio gerente do IGP admite que o acesso se dá por um terreno particular, e se algum dia os proprietários decidirem fechá-lo ou impedir a passagem, nem as viaturas do IGP poderão mais passar.
Bubniak, que também é engenheiro civil, admite a fragilidade da segurança no prédio. Quando assumiu o órgão, há seis meses, ele constatou essa situação e levou a conhecimento da chefia estadual do IGP. Há aproximadamente 20 dias, segundo ele, a direção de patrimônio do Instituto chegou a avaliar o prédio, mas as providências não foram tomadas.
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Suposto erro de projeto faz do prédio um dos mais vulneráveis de SC
O gerente do IGP de Lages orçou em cerca de R$ 15 mil o custo para reforçar a estrutura do prédio, mas o investimento depende de licitação e, como isso demanda tempo, a questão será resolvida apenas no próximo ano.
Emergencialmente, serão colocadas grades nas janelas, e o comando do 6º Batalhão da Polícia Militar será acionado a fim de disponibilizar policiais para guarnecer o local pelo menos até a próxima segunda-feira.
– Quem projetou o prédio errou em não verificar a questão da segurança. De todos os prédios do IGP que conheço em Santa Catarina, o de Lages é o mais vulnerável -, conclui Bubniak.
A diretora-executiva da Fundação Uniplac, Elusa Camargo, garante que a universidade não tem qualquer responsabilidade sobre o IGP, nem mesmo com relação à segurança, uma vez que o terreno apenas foi cedido ao Estado.
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– É claro que se algum dos nossos vigilantes perceber algo de errado vai intervir, mas não é obrigação deles.
O gerente do IGP concorda com a diretora da Uniplac e diz que a segurança do prédio é obrigação do Estado, e não da universidade.