Patrimônio histórico e arquitetônico de Joinville, o prédio da antiga Prefeitura, localizado na esquina das ruas Max Colin e Doutor João Colin, vai deixar de servir apenas como depósito de caixas e materiais. Mais uma vez em sua história, o local, sede do Poder Executivo de 1974 a 1996, vai ganhar vida: será a sede da Fundação Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville (Ippuj). Até fim de maio, parte dos funcionários já estará acomodada. A equipe completa, composta por quase 80 pessoas, deve se mudar até agosto, quando deve ser finalizada a reforma interna do prédio. Até lá, os servidores trabalham separadamente, espalhados em diferentes setores do Executivo.

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Neste primeiro momento, a reforma prevê apenas a parte interna. A ideia é fazer as melhorias e adaptar o local para receber os funcionários. A Prefeitura está investindo cerca de R$ 200 mil em obras de pintura, acessibilidade, instalações elétrica, hidráulica, de redes e de climatização, além da troca do forro.

Mais adiante, está prevista a reforma completa do prédio, incluindo a parte externa. De acordo com o presidente do Ippuj, Vladimir Constante, o projeto está em fase final e o edital para a obra deve ser lançado ainda neste ano. Estarão contemplados, entre outras coisas, a recuperação da fachada, o sistema de proteção contra incêndio, a recuperação das esquadrias, a alteração da escada interna, a cisterna e o trabalho de restauração. O projeto está orçado em R$ 1,5 milhão. A previsão, acredita, é de que a obra comece em 2017.

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Após a reforma total do prédio, o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) deve passar a funcionar no andar superior. A área da garagem, onde hoje é o depósito da Secretaria da Educação, também deve abrigar depósito de material para a Secretaria da Saúde – que hoje paga aluguel de um espaço.

Para o presidente do Ippuj, a mudança é vista com bons olhos. Além de dar funcionalidade ao prédio, a equipe ganhará um espaço maior. A nova sede contará também com um auditório, que terá capacidade para cerca de cem pessoas.

– Além de preservar um patrimônio histórico, a mudança dará vida ao prédio, que deixará de servir apenas como depósito. Essa é uma das diretrizes do Ippuj, que sempre defende que o Centro da cidade precisa ter vida. Agora, este espaço terá vida, pessoas trabalhando.

A troca de endereço vai exigir também um certo ajuste para a equipe do Ippuj, pois o local não tem estacionamento para os funcionários. Há espaço no prédio, que será usado para guardar os carros do departamento e de alguns funcionários. Só que não haverá vaga para todos. Mas, segundo Constante, o Ippuj não pode reclamar de falta de estacionamento.

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– Sempre pregamos a redução do uso de carro. Teremos ciclovia em frente ao prédio e as principais linhas de ônibus passam pela região. Sei que tem pessoas que precisam ir de carro ao trabalho, mas teremos espaço para algumas vagas.

A mudança do Ippuj para o prédio é parte das medidas para o corte de gastos da Prefeitura de Joinville. Uma das frentes apresentadas pelo prefeito Döhler previa a redução de despesas com aluguéis. Uma readequação geral está sendo implantada. Com a economia, a Prefeitura pretende deixar de gastar R$ 1,1 milhão ao ano.

O espaço que antes era ocupado pelo Ippuj, no último piso da sede da atual Prefeitura, será usado para a Secretaria de Gestão de Pessoas, que hoje está em prédio alugado.

– Neste momento, a reforma representa um gasto. Mas, a médio prazo, o investimento se paga em função do alto custo do aluguel pago pela Administração para o prédio ocupado pela Gestão de Pessoas – explica Constante.

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Prédio é parte do Plano Municipal de Cultural

O prédio da antiga Prefeitura foi comprado em 2003 pelo governo de Joinville, após 24 anos alugado para serviços públicos. O imóvel foi adquirido com o objetivo de ser transformado em espaço cultural. Ele entrou no Plano Municipal de Cultural, instituído pela Lei Municipal no 6.705, de 11 de junho de 2010.

A texto prevê que o espaço receberia ações prioritárias para o setor de audiovisual, como a instalações de estúdios públicos, sala de cinema, centro cultural de produção, formação e difusão, que abrigue midiateca, livraria-café cultural e espaço multifuncional voltado para atividades artístico-culturais.

Para o diretor-executivo da Fundação Cultural de Joinville, Guilherme Gassenferth, o uso do espaço pelo Ippuj é positivo, apesar de a função cultural ficar para um segundo plano.

– Claro que a Fundação Cultural gostaria de poder implantar no local um centro cultural, mas não temos recursos para isso neste momento. Então, entendo que todo patrimônio ocupado se preserva melhor do que um desocupado. Ainda mais pelo Ippuj, que é voltado para a arquitetura e terá com o espaço o cuidado que ele precisa. E quem sabe, no futuro, seja possível dar um outro destino ao prédio.

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