Marcas de café projetam um aumento nos preços entre o fim deste ano e janeiro de 2025 que deve ultrapassar os 40%. O aumento foi confirmado em comunicados internos aos quais a Folha de S. Paulo teve acesso.

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A alta ocorre em um momento em que a cotação do grão teve elevação no mercado global. Grandes empresas como a 3corações e a JDE (Jacobs Douwe Egberts), dona de marcas como Pilão, L’Or e Maratá, comunicaram os seus clientes sobre o aumento previsto para os próximos meses.

Entre os motivos citados para a alta estão fatores climáticos registrados nos últimos meses, assim como o encarecimento da matéria-prima. Além do café torrado e moído e do café em grãos, outros produtos como cafés solúveis, cápsulas e cappuccinos também devem ter aumento.

Café em escalada de preços

Um levantamento divulgado pelo g1, feito pelo departamento de pesquisa do grupo Unis, mostrou que o preço do café aumentou 47,78% somente na cidade de Varginha (MG), em comparação com o mesmo período do ano passado.

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O aumento na demanda pelo café arábica, somado a emergência climática, estariam entre os fatores para o aumento do preço do café no país. Os países asiáticos diminuíram a produção de café na variedade “conilon”, o que explica o aumento da demanda pelo arábica.

O que explica o aumento do preço da carne pelo terceiro mês consecutivo

— A indústria tem que repassar esse aumento para o preço final do produto e há também um aumento muito forte nos insumos que são usados na produção. O consumidor vai sentir uma elevação, que deve continuar nos próximos meses no curto prazo porque o café está batendo recorde de cotação internacional — explica o economista da Unis, Pedro Portugal.

Exportações de café tiveram recorde

Em contrapartida, as exportações brasileiras de café já alcançaram o recorde anual de 46,399 milhões de sacas. Os números do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil mostra que houve um crescimento de 3,78% em relação a 2020, que tinha o posto de maior volume até então.

A Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel) recebeu 1,76 milhão de sacas neste ano. Foram 346.400 sacas de café exportadas para 53 países somente no mês de novembro.

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— Em matéria de vendas, somente este ano, nós já vendemos 1,9 milhão de sacas. Ou seja, já vendemos o equivalente à produção de 2023 inteira e mais um pouco do estoque que tínhamos — afirma Jacques Fagundes Miari, presidente do conselho da Cocatrel.

Contudo, ainda que as exportações estejam em um bom momento, o lucro para os produtores não tem crescido da mesma maneira com a alta dos preços e maior cotação em dólar dos últimos 40 anos.

— Tem produtores que estão em uma situação muito boa, alguns que estão tentando controlar as suas contas e outros que estão tendo enormes prejuízos. Para a próxima safra, ele já está com um desafio que veio aí de seca e altas temperaturas, uma queda de no mínimo 20% da safra, podendo alcançar números maiores que 30% — explica Miari.

*Com informações de Folha de S. Paulo e g1

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