O preço do suíno vivo, que em janeiro estava em R$ 2,90 ao quilo aumentou 34% e chegou a R$ 3,90 na maioria das principais agroindústrias do estado, sem contar a bonificação de 10% que é paga pela qualidade de carcaça. De acordo com o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Losivânio de Lorenzi, depois de dois anos de dificuldade agora o produto atinge um dos melhores preços da história.
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– Acreditamos que vai passar dos R$ 4,00 por quilo no mercado integrado e, no independente, já passou dos R$ 5,00 por quilo. Isso permite aos produtores paragem as dívidas contraídas em anos anteriores e voltarem a investir – destacou.
Ele acredita que a suinocultura terá um aumento de 8 a 10% no plantel neste ano, devido às ampliações na produção e abates.
Dirceu Talamini, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves de Concórdia , disse que a suinocultura é cíclica, alternando bons e maus momentos.
– Esse bom momento deve se manter pelo menos até o ano que vem pelo efeito da demanda da China, que sofre com a peste suína. O dólar também ajuda na exportação e puxa o preço para cima – disse.
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No início do ano o custo de produção era de R$ 3,86 por quilo e neste mês chegou a R$ 3,88, segundo dados da Embrapa. Mas Talamini tem uma preocupação com o aumento de custos do milho, que deve bater recorde de exportações, podendo chegar a 40 milhões de toneladas no ano.
O presidente da ACCS também tem essa preocupação. Ele afirmou que, em Concórdia, a saca de milho já passou de R$ 38 para R$ 45 para o suinocultor. Para o produtor de milho está em R$ 35,50. O farelo de soja também está aumentando como efeito colateral do dólar alto.
De Lorenzi também manifestou preocupação a médio e longo prazo. Ele afirmou que esse aumento é bom no momento, que o Brasil precisa aproveitar a demanda internacional pela carne suína, mas que daqui a quatro ou cinco anos a China deve ser recuperar na produção e isso pode gerar um excesso de carne no mercado e uma nova crise.
Outra preocupação é com a sanidade. Os focos de peste suína no Nordeste deixam o setor em alerta. Por isso a ACCS está promovendo um seminário sobre Peste Suína Clássica nesta terça-feira, a partir das 14h, na sede da entidade. O evento é em parceria com a Embrapa e Cidasc (Companhia Integrada Para o Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina).
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