A etiqueta no mercado até assusta, mas o preço é real mesmo. O tomate ficou 24% mais caro no último mês em Blumenau, de acordo com o levantamento do departamento de economia da Furb, que faz o Índice de Variação Geral de Preços. Foi, por muito, o produto que mais subiu de preço em agosto. O preço mais barato encontrado pelo Santa em um levantamento ontem foi de R$ 4,72 o quilo do tomate comum.
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O aumento que fez com que consumidores como Evilásio de Oliveira, 64 anos, mudassem hábitos. Agora os cardápios têm menos molhos vermelhos e mais maionese. A batata inglesa, que teve a segunda maior baixa na cesta básica no mês, com queda de 9,54%, está em maior volume no carrinho e nas gavetas de verdura da geladeira.
Para não cortar totalmente o fruto do carrinho, ele escolhe com cuidado os tomates que a família vai consumir até o fim de semana. Dá preferência aos mais verdes, para evitar que estraguem logo, e pega apenas quatro unidades antes de girar o saco plástico em volta dos dedos para dar um nó. Não é de hoje que o preço diminuiu a fartura da fruta nos carrinhos em que ele e a esposa depositam as compras semanais.
– Quando estava naquele preço absurdo eu nem comprava. Agora até dá para levar, mas sem exagero. A gente leva mais repolho e outras verduras para incorporar no molho – conta.
Em um sobe e desce desde o começo do ano, a expectativa é de que a partir dos próximos meses o tomate volte a ter um preço mais acessível, com a chegada dos meses mais quentes e da safra do fruto. Agricultor da região de Caçador, maior produtora de tomates em Santa Catarina, Antônio Dal Bosco diz que é normal a alta do produto nesta época do ano por causa da entressafra.
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– Agora que estamos começando a plantar a nova safra, para colher nos próximos meses – diz.
Além do tomate, o açúcar (14,29%) e o arroz (8,33%) foram os itens que registraram as maiores altas. Nada que assuste Valtair Schmidt. Ele pega os pacotes de açúcar na gôndola sem se atentar aos preços ou às variações.
– Às vezes o tempo que se perde entre ir a um ou outro local já não compensa a diferença. Só costumo ficar atento aos folhetos e aos dias específicos de cada seção. Desse jeito já consigo aproveitar boas oportunidades – garante.
Corrida atrás de promoções
Do outro lado da balança, o leite ajudou a puxar para baixo o índice geral de variação da cesta básica, com uma queda de 10% depois de subir por cinco meses consecutivos e chegar a custar mais de R$ 4 por caixinha em alguns supermercados de Blumenau. Hoje já é possível encontrar a bebida por menos de R$ 2 em algumas promoções. A média fica perto de R$ 2,40.
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Custando menos, há mais caixas fechadas nos carrinhos de clientes como Paulo Antunes, 52 anos. Semana passada, ele aproveitou o preço de menos de R$ 2 para levar duas caixas pacotes de 12 unidades. Nesta semana, o valor voltou a ter uma leve subida e ele já diminuiu a quantidade para um fardo.
– Infelizmente o leite é complicado de substituir. Além disso, sou dono de restaurante e não posso dizer que vou colocar menos leite no estrogonofe porque o preço aumentou. O jeito é ficar atento às promoções e aproveitar quando vale mais a pena – explica.
A queda de outros itens populares ajudou a manter o preço da cesta básica estável em agosto, mesmo com o tomate mais caro. Compensou o preço da batata inglesa, que baixou quase 9,54%, e da banana, que caiu 4,7%. No geral, o preço da cesta ficou em R$ 385,54, de acordo com o levantamento do professor Jamis Piazza, do departamento de Economia da Furb. Em relação ao mês anterior, significa uma alta de 0,96%. Na comparação de junho para julho, o preço havia caído 1,37%.