O reajuste de 8,5% no preço do gás liquefeito de petróleo (GLP) nas refinarias da Petrobras, anunciado nesta segunda-feira pela estatal, deve chegar às cozinhas dos catarinenses nos próximos dias. Porém, o sindicato dos revendedores em Santa Catarina diz que não tem como precisar de quanto será o aumento do botijão de gás de 13 quilos para o consumidor, porque os preços são variados e depende da margem de cada distribuidora e revendedora.

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Caso seja considerado o preço médio do botijão em SC no levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP) da semana passada, que era de R$ 67,8, um reajuste de 8,5% daria um aumento de R$ 5,6 no produto.

No entanto, o presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás (Sinregás-SC), Jorge Magalhães de Oliveira, não acredita que seja repassado o aumento integral no preço final, ou seja, o acréscimo deve ser inferior a esse valor:

— Aquelas empresas que ainda têm estoque vão vendendo com preço antigo, e vão repassando aumento conforme vai sendo reabastecido. O preço é liberado e ninguém é obrigado a repassar, mas o aumento vai chegar ao consumidor final porque é na produção, então afeta toda cadeia.

Oliveira explica que as distribuidoras que adquiriram unidades nesta terça-feira já compraram com aumento de preços, que depois deve ser repassado à revendedoras e, consequentemente, aos consumidores.

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Com a revisão do preço do GLP nas refinarias em 8,5%, o produto passa a ser vendido para as distribuidoras por R$ 25,07, um reajuste de R$ 1,97 por botijão. Mas esse preço da produção responde por cerca de 33% do produto, o restante é composto por impostos, custos de transporte e distribuição.

Preço médio em SC

O levantamento da ANP mostrou que na semana de 14 a 20 de outubro, o preço médio do botijão de gás em SC era vendido a R$ 68,65 – o maior valor desde julho no Estado. Mas caiu nas últimas semanas e chegou a R$ 67,8 entre os dias 28 de outubro e 03 de novembro (último levantamento realizado pela agência).

Porém os preços do produto variam bastante no Estado. Chapecó registrou o preço médio mais alto na última semana (R$ 81), e Itajaí o mais baixo (R$ 60,86). Em Florianópolis, o botijão de 13 quilos está sendo vendido, na média, a R$ 70,57.

Reajuste trimestral da Petrobras

No ano, a alta acumulada nas refinarias é de 2,8%. Desde janeiro, a Petrobras reajusta o botijão de gás trimestralmente. Em janeiro e abril, os valores foram reduzidos e em julho, elevado.

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“A desvalorização do real frente ao dólar e as elevações nas cotações internacionais do GLP foram os principais fatores para a alta. A referência continua a ser a média dos preços do propano e butano comercializados no mercado europeu, acrescida da margem de 5%”, informa a Petrobras, no comunicado.

No release, a Petrobras ressalta ainda que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) reconhece que o preço do produto para uso doméstico deve ser “inferior” e “diferenciado” aos praticados para o GLP com outras finalidades pelo seu “interesse para a política energética nacional”.

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