O diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Cláudio Mastella, disse nesta sexta-feira (29) não esperar queda no preço do diesel até o fim do ano, diante do cenário de problemas na oferta e proximidade com o inverno no hemisfério Norte.
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Nas últimas semanas, a empresa reduziu duas vezes o preço da gasolina, que já vinha sendo fortemente impactado pelos cortes de impostos aprovados pelo Congresso. O diesel, por outro lado, já tinha impostos federais zerados e ICMS (imposto estadual) abaixo do teto estabelecido e não baixou nas bombas.
— Vemos um cenário de manutenção dos preços dos derivados parecidos com os atuais, em especial no caso do diesel, que tem um impacto da aproximação do inverno no hemisfério norte — disse o executivo, em teleconferência com analistas para detalhar o balanço do segundo trimestre.
— A expectativa é que o diesel fique nesse cenário ou até mais forte, a menos que se confirme expectativa de grande recessão global — completou, ressaltando que a demanda pelo produto continua aquecida e há problemas de oferta após o início da guerra na Ucrânia.
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O diesel é um problema para o esforço do governo para baixar os preços dos combustíveis às vésperas das eleições. Desde a aprovação dos cortes de impostos no Congresso, o preço médio do combustível caiu apenas 1,2% nas bombas, contra queda de 20,3% no preço da gasolina.
Sem possibilidade de reduzir mais os impostos, o governo contaria apenas com eventuais cortes de preços na Petrobras. Em outra frente, aprovou no Congresso a distribuição de um auxílio para caminhoneiros.
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Mastella disse que a Petrobras vê hoje menos risco de desabastecimento de diesel no país, mas o cenário ainda é de cautela em função do aumento da demanda por países do Hemisfério Norte, menor oferta da Rússia, paradas previstas em refinarias e riscos com a temporada de furacões nos Estados Unidos.
— Hoje, em particular, não há dificuldade para adquirir diesel dos fornecedores habituais — disse o executivo. A empresa vem antecipando compras para aumentar seus estoques e busca operar suas refinarias com níveis elevados para produzir mais o combustível.
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Mastella afirmou que a nova diretriz da política de preços da companhia, aprovada no início da semana, não altera a busca pela paridade com as cotações internacionais dos produtos. Pelo contrário, afirmou, dá ao conselho atribuição de cobrar o cumprimento dessa política.
— O conselho passa a ter atribuição de cobrança de resultado. O foco fica mais claro, mais robusto, em benefício da companhia — afirmou.
No segundo trimestre de 2022, a Petrobras registrou lucro de R$ 54,3 bilhões, o segundo maior de sua história. Pelo resultado, a companhia aprovou a distribuição de R$ 87,8 bilhões em dividendos, um recorde.
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