Quem abasteceu em postos de combustíveis de Florianópolis nos últimos 20 dias deve ter sentido no bolso um acréscimo de até R$ 0,30 no litro de gasolina na Capital. O sindicato da categoria justifica o aumento devido ao repasse de até R$ 0,10 pelas distribuidoras e, além disso, afirma que trabalham com margem abaixo da ideal, que é de 20%. Já a secretaria de Defesa do Consumidor garante que realiza fiscalizações quinzenais e irá notificar em caso de aumento abusivo.
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Joel Fernandes, diretor do Sindicato de Revendedores Varejistas de Combustíveis da Grande Florianópolis e administrador de cinco postos na Capital, defende que o reajuste é por questão de sobrevivência dos estabelecimentos. Ele acrescenta que o mercado vive um efeito dominó. Quando um sobe, os outros vão subindo gradativamente:
– A economia está ruim e estamos tentando equilibrar os custos. Ou você morre ou sobe os preços. Hoje o litro de gasolina é comprado por cerca de R$ 2,90, então com a margem ideal de 20% deveria ser vendido a R$ 3,49 – diz.
Fernandes afirma ainda que houve dois aumentos seguidos nos últimos 20 dias por parte das distribuidoras que chegou a um total de R$ 0,10 no custo do litro de gasolina. Aldo Nienkötter, dos Postos Nienkötter, com duas unidades em Florianópolis e duas em São José, reforça que o preço praticado atualmente é o mais próximo do patamar ideal, desde o aumento dos tributos pelo governo federal em fevereiro.
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– O que houve foi uma guerra de preços entre os postos. Todos baixaram para cerca de R$ 2,99, o que dá uma margem de 6% ou 7%, sendo que o ideal é 20% – diz Nienkötter, que cobra R$ 3,279 o litro da gasolina.
O secretário de Defesa do Consumidor da Capital, Tiago Silva, ressalta que são feitas fiscalizações quinzenais e que a preocupação é que os estabelecimentos cheguem ao patamar de R$ 3,47, valor cobrado em fevereiro com a elevação do PIS/ Cofins e da cobrança da Contribuição para Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Ele lembra que na época o órgão notificou postos da cidade devido ao aumento abusivo.

Com queda no valor médio do litro, Joinville tem custo mais baixo de SC
Apesar do aumento da gasolina na Capital, outras cidades catarinenses tiveram uma pequena queda no preço litro do combustível. É o caso de Joinville, que no último levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP) apareceu com a média de preço mais baixa entre as cidades de Santa Catarina pesquisadas pelo órgão regulador, com R$ 3,041. Na pesquisa anterior, era de R$ 3,052.
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Um dos fatores que explicam a queda de preços em Joinville é o valor médio cobrado pelas distribuidoras aos postos da cidade, de R$ 2,766, enquanto em Florianópolis é de R$ 2,888, segundo a ANP.
Já em Blumenau, após a variação de preços que atingiu as bombas de gasolina entre fevereiro e março, o valor agora dá sinais de estabilidade. Na pesquisa a partir dos valores divulgados pela ANP no dia 23 de junho, de 16 postos de gasolina, apenas dois apresentaram uma variação nos valores diferente na semana seguinte, quando o valor mais baixo da gasolina comum registrado foi de R$ 3,09, e o mais alto R$ 3,19 – o valor que mais se repete entre os postos. Em março, quando o governo colocou em prática o aumento dos tributos, o preço da gasolina na cidade chegou a R$ 3,39.