Os motoristas de Joinville já começam a sentir no bolso o peso dos últimos reajustes no preço da gasolina comum. Nesta semana, o valor do litro opera em média a R$ 3,80 nos postos de combustíveis da cidade, uma alta de nove centavos no comparativo com a primeira semana de setembro. Essa elevação é reflexo do valor por litro vendido nas refinarias da Petrobras para as distribuidoras, após dois aumentos sucessivos, de 3,5% e 2,5%, entre os dias 19 e 27 de setembro.

Continua depois da publicidade

A diferença é notória quando considerado o comparativo do relatório mais atualizado da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), de 29 de setembro a 5 de outubro, com relação a agosto e o início do mês passado: crescimento de 2,5%.

Atualmente o preço médio praticado nas revendas de Joinville é de exatos R$ 3,807 por litro de gasolina, enquanto há um mês a mesma quantidade de combustível era comercializada a R$ 3,714, em média. O valor de momento é semelhante ao alcançado em julho deste ano, quando a gasolina era vendida na média de R$ 3,806.

Também houve alta no valor mínimo do produto, em que é possível comprar a gasolina mais barata que a média do município. Neste quesito, o valor nas bombas passou de R$ 3,599 no começo de setembro para os atuais R$ 3,699. Já o valor máximo manteve a cifra de R$ 3,899 o litro, no período.

O levantamento de preço da ANP considera os valores praticados em 19 postos de combustíveis por semana, em Joinville, chegando a monitorar o preço de venda entre 60 e 90 estabelecimentos ao final de cada mês. Na cidade mais populosa do Estado, a gasolina mais barata até a semana passada foi verificada em um posto de combustíveis do bairro Floresta; a mais cara é distribuída em três postos nos bairros Anita Garibaldi, Jardim Paraíso e Petrópolis.

Continua depois da publicidade

Da refinaria ao consumidor

Até chegar ao consumidor final, uma série de fatores é usada para determinar o preço do combustível. De acordo com a Petrobras, a política de preços para a gasolina e o diesel vendidos às distribuidoras leva em consideração o preço de paridade de importação – relação da cotação internacional do produto e os custos para os importadores com transporte e taxas portuárias. Isto é necessário, porque o mercado brasileiro de combustíveis é aberto à livre concorrência e possibilita aos distribuidores a importação dos produtos. O preço considera ainda uma margem que cobre os riscos (como volatilidade do câmbio e dos preços).

As recentes altas, por exemplo, estão potencialmente ligadas aos reflexos do ataque às instalações de uma petroleira na Arábia Saudita na primeira quinzena de setembro. A ocorrência fez com que o preço do petróleo disparasse cerca de 11% e o Brent (petróleo refinado no noroeste da Europa) atingisse a marca de US$ 67 por barril . Hoje, no entanto, os preços estão estáveis e o Brent está cotado a US$ 58 por barril.

Porém, o preço de venda às distribuidoras não é o único determinante do preço final ao consumidor. Segundo a Petrobras, "como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas pela Petrobras podem ou não se refletir no preço final, que incorpora tributos e repasses dos demais agentes do setor de comercialização: distribuidores, revendedores e produtores de biocombustíveis".

Hoje, a composição de preços ao consumidor, influenciada por essas variáveis, xxx um cálculo baseado nos preços médios da Petrobras "gasolina A" (virgem) e nos preços médios ao consumidor final "gasolina C" (com aplicação de Anidro) em 13 capitais e regiões metropolitanas brasileiras, com a seguinte divisão de tributos e incidência de valores: distribuição e revenda (12%); custo etanol Anidro (12%); ICMS (30%); CIDE e PIS/PASEP e COFINS (16%) e realização Petrobras (30%).

Continua depois da publicidade

​Ainda não é assinante? Assine e tenha acesso ilimitado ao NSC Total, leia as edições digitais dos jornais e aproveite os descontos do Clube NSC