Pela terceira semana consecutiva, os consumidores encontraram o litro da gasolina mais caro nas bombas de Joinville. Nesta segunda-feira, nos dez estabelecimentos pesquisados pela reportagem de “AN”, o valor médio encontrado entre os locais foi de R$ 4,189. A variação entre o maior e o menor preço é de R$ 0,33 — sendo o maior valor praticado de R$ 4,39 e o mais barato R$ 4,05.

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A última pesquisa divulgada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foi realizada entre 20 e 26 de maio. Durante este período, ocorreu a greve nacional dos caminhoneiros e muitos postos joinvilenses chegaram a ficar sem gasolina. A pesquisa demonstrou que o preço médio do combustível encontrado na cidade era de R$ 4,028 – R$0,16 menor do que a média desta semana.

De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Santa Catarina (Sindipetro-SC), de janeiro a maio, a gasolina A (pura) na Petrobras aumentou 16,21%. Já nos primeiros dias de junho, o avanço acumulado ficou em 1,56%. Neste mês, a Estatal anunciou acréscimo no dia 2, de 2,24%, e uma diminuição na terça-feira (5), de 0,68%. A variação é do litro vendido na refinaria às distribuidoras e pode refletir no preço final pago na bomba, além de outros fatores.

O valor dos combustíveis derivados de petróleo têm os preços atrelados aos mercados internacionais, em que as cotações variam diariamente. Outro fator que pode influenciar no valor da gasolina comum pago nas bombas é o preço do etanol anidro – que é 27% da composição da gasolina — subiu 10,65% da primeira semana de maio até o dia 1º deste mês.

Além disso, até chegar ao consumidor ainda são acrescidos outros valores que elevam o preço, como os impostos, o valor de frete do combustível pago pelos donos dos estabelecimentos e também as despesas dos postos, impactando no valor final que o cliente encontra nas bombas. De acordo com a Petrobras, o valor da gasolina é calculado da seguinte forma: 33% do preço pago nas bombas é o valor da refinaria, 15% é de CIDE e PIS/PASEP e COFINS, 28% de ICMS, 12% custo do etanol e 12% é custo de distribuição e revenda.

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Ainda segundo o Sindipetro-SC, em alguns locais de Joinville, o lucro dos proprietários fica prejudicado por causa dessa variação dos preços. A última pesquisa divulgada pela ANP, por exemplo, apontou que um dos estabelecimentos que revende a gasolina a R$ 4,29 comprou a R$ 3,82 na distribuidora.

O valor do diesel comum diminuiu na maioria dos postos pesquisados nesta manhã. Na última pesquisa da ANP, de 20 a 26 de maio, o aditivo era encontrado nas bombas a R$ 3,539, em média, sendo o maior valor de R$ 3,559 e o menor de R$ 3,499. Nesta segunda-feira, o valor médio era de R$ 3,252, sendo o maior preço R$3,599 e o menor R$ 3,079. De acordo a Petrobras, o governo federal anunciou a redução no preço do óleo diesel rodoviário de R$ 0,46 por litro. A diminuição será alcançada por meio de redução da carga tributária e da subvenção a ser paga pela União.

Esta redução será mantida por 60 dias e, após esse prazo, os ajustes de preço do diesel passarão a ser mensais. A Estatal também informou que “não subsidiará o preço do diesel e não incorrerá em prejuízo, uma vez que será ressarcida pela União, em modalidade ainda a ser definida”.

Procon continua fiscalização

Com o restabelecimento da distribuição da gasolina após a greve em Joinville, o Procon de Joinville realizou vistorias em vários estabelecimentos para coibir possíveis cobranças abusivas nos preços. O acompanhamento iniciou no dia 21 e o resultado do levantamento deve ser publicado nesta terça-feira.

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De acordo com o gerente do Procon, Kleber Degracia, ainda que os postos já estejam recebendo gasolina normalmente, o órgão continuará a realizar as pesquisas de preços de combustíveis periodicamente, para acompanhar os valores praticados na cidade.

(Foto: Arte NSC Total)