O Diário Catarinense entrevistou os três candidatos à prefeitura de Lages. Confira abaixo a entrevista com o candidato Marcius Machado (PR):

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DC – O senhor foi o vereador mais votado da história de Lages, mas foi impedido de continuar o mandato. Isto não atrapalha sua candidatura no momento?

Marcius – Não atrapalha porque a comunidade entendeu que foi um boicote. Quando saí do meu mandato de vereador, ganhei um documento assinado em cartório dentro da resolução do Tribunal Superior Eleitoral. Esta resolução me garante sair do partido sem perder o mandato, a chamada justa causa por perseguição partidária. Só que, na contestação, o presidente solicita meu mandato. Com esse documento consegui permanecer no cargo até pouco tempo. Se eu não tivesse esse documento, no final de 2013 eu já teria saído. Os desembargadores entenderam que a perseguição partidária não se caracterizou porque eu queria concorrer a deputado e tinha de esperar as convenções. Mas, interna corporis, a gente sabia que havia perseguição partidária. O presidente do partido reconheceu isso e foi pressionado a contestar. Ele mesmo comentou para mim. Usou de características positivas… Fui presidente da Comissão de Justiça por três mandados consecutivos, fazia parte também da mesa-diretora. Então ele usou isso na contestação informando que o partido sempre me agraciou – na realidade foi por méritos próprios – e assim solicitou o mandato. Nem entrou na tese do documento. Existe esse documento, assinado em cartório, me liberando do partido. A população percebeu que foi uma jogada política, partidária, para buscar me desqualificar e me tirar do jogo político. Então eu creio que não venha a me prejudicar nesse sentido.

DC – Os outros dois candidatos são notadamente mais velhos. O que sua juventude pode mostrar como diferencial?

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Marcius – Tem a diferença de ser determinado e qualificado. Sou formado em Ciências Políticas pela Univali, sou pós-graduado em Ciências Políticas na Ulbra, e sou advogado formado em Direito na Uniplac. Tive uma sucessão de grandes vitórias na minha carreira política. Na minha primeira eleição, em 2004, fiz 1.033 votos. Na segunda, em 2008, fiz 2.057 votos. Em 2013, foram 3.808 votos, sendo o mais votado da história. Em 2014 saí para deputado estadual, sou segundo suplente, fazendo 17.248 votos. Tenho a independência de contratar o secretário que for competente porque nós estamos com apenas dois partidos na coligação. Foi por escolha própria. O primeiro partido a entrar em contato comigo pediu secretarias e cargos. Com o PDT, que coligamos, a proposta foi auditoria das contas públicas do começo ao fim da gestão. Quando se faz um grupo de coligação muito grande, todos os cargos estão loteados e há necessidade de aumentar o número de cargos para poder beneficiar essas pessoas.

DC – O governador Raimundo Colombo apóia um dos seus adversários. Isto pode atrapalhar no diálogo caso o senhor seja eleito?

Marcius – O governador tem compromisso com a cidade. Qualquer gestor que assumir a prefeitura em 2017, ele vai contribuir com os recursos necessários para que possamos desenvolver nossa cidade. Ele tem compromisso ético e moral com a cidade. Ele deve cumprir isso porque o povo não vai aceitar que não venha colaborar com o próximo gestor. Porque o gestor foi escolhido pelo povo e ele foi escolhido pelo povo também. Creio que teremos um canal muito bom com o governador.

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DC – Não sendo eleito, o senhor concorreria novamente à Prefeitura?

Marcius – Temos que esperar o momento. Caso não eleito, vou aguardar para ver qual será a definição e o que vai acontecer. Vou continuar minha carreira como advogado. Ministro cursos de oratória e desenvolvimento pessoal, então vou ampliar minha atuação nesse setor e me aprofundar nas especializações que eu faço.

DC – O senhor sempre descartou ser candidato a vice, alegava posição decorativa. Que papel terá sua vice caso eleito?

Marcius – A minha vice, Andréia Strasser, está do meu lado dia a dia, no corpo a corpo. No nosso horário eleitoral ela aparece como autora nesse processo. Ela tem um papel de protagonista comigo. Tenho confiança de que ela é a melhor vice e que, quando eu precisar me ausentar do município, ela vai ter responsabilidade e assumir porque tem tecnicidade. E ela vai assumir uma secretaria, não vai ser uma vice de gabinete. Vamos economizar com cargo de secretário R$ 100 mil ao ano.

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DC – Se não tiver sucesso nesta eleição, aceitaria compor o governo eleito?

Marcius – Não. Vou focar na minha profissão, a advocacia. Quero contribuir com a cidade como prefeito. Caso não dê certo, quero me especializar mais na minha profissão para trazer resultado na advocacia e nos meus cursos.

DC – O senhor é entusiasta da programação neurolinguística. Há espaço para esta ciência na prefeitura?

Marcius – Eu, pessoalmente, vou ministrar cursos de programação neurolinguística, de coach, mecânica quântica, para que a gente possa melhorar o nosso servidor público. Para que ele possa dar o salto quântico necessário, que é um salto qualitativo, de atendimento. Sou entusiasta, apaixonado por programação neurolinguística, e quero contribuir sendo o próprio gestor disso.

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DC – Há uma gordura de cargos a serem cortados na prefeitura?

Marcius – Sim. Cargos não estão loteados, temos independência para enxugar a máquina. O secretário da Saúde será indicado pelos próprios profissionais da Saúde. O de Desenvolvimento Econômico será indicado pelo Fórum das Entidades. Precisamos trabalhar como se fosse na iniciativa privada.

DC – O senhor também fala em investir em técnicas alternativas de medicina. Como isso poderia ser aplicado na saúde municipal?

Marcius – A cultura oriental já aplica muitas alternativas em relação à medicina. Precisamos ter um envelhecimento com saúde. Então precisamos trabalhar com superalimentos, ensinar a comunidade a fazer um alimento saudável para que tenha longevidade. Se o cidadão coloca babosa na água, elimina grande chance de ter câncer. Depressão, como atuar nisso? O maior índice está no interior do Estado porque não praticam esporte, não tem vida saudável. Precisamos incentivar isso através de orientações. As técnicas normais vão continuar e vamos otimizar, mas precisamos que se tenha consciência do que ele é o que ele come.

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DC – O senhor propõe concurso para a Guarda Municipal. Isto não vem a suprir uma deficiência que o Estado deveria cumprir?

Marcius – Não podemos ficar omissos nesta questão. O Estado não consegue suprir toda essa demanda. O sistema carcerário é falido, os presos saem sem expectativa. Temos várias frentes. Uma é a Guarda Municipal. Queremos também colocar câmeras de segurança em todas as entradas da cidade. Vamos iniciar também um programa de instalação de câmeras nas áreas rurais. Porque aumentou o furto de animais e roubos. Temos proposta também do Conselho Comunitário de Segurança para o homem do campo.

DC – Tem chamado atenção sua presença em semáforos, nas ruas, entregando panfletos. É reflexo da falta de recurso ou estratégia?

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Marcius – Como eu venho do movimento estudantil, minha militância sempre foi em sala de aula, nas ruas, nas praças. Também não tenho toda a estrutura que nossos concorrentes têm. Quando concorri pela primeira vez a vereador existia a crença popular de que, para ser eleito, precisava de R$ 100 mil. Conseguimos fazer com R$ 10 mil. Material de qualidade e estratégias eficazes. Não dou churrasco, não pago gasolina.

Nuvem de palavras do candidato