Tenho 32 anos. Pela educação que tive, se uma pessoa bater à porta pedindo comida, ela será convidada para compartilhar o almoço com minha família. Pela educação que tive, ao ver um acidente automobilístico, tentarei acudir a vítima, amparando e procurando ajudar.

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Esta foi a educação que tive. Mas não posso esperar que todos pensem e ajam da mesma forma, uma vez que a bandidagem está travestida de cordeiro. É um risco. É possível que a mesma pessoa que eu convide a entrar na minha casa para dar alimento, seja o assaltante que me fará de vítima; ou que o acidente automobilístico não passe de uma simulação para a prática de um golpe a fim de me renderem e tomarem meu carro. Os criminosos não poupam a criatividade para usurpar os poucos que ainda têm boa intenção. Hoje somos todos reféns, enclausurados em nossas próprias casas.

Notícias trágicas já não são novidades. Diariamente, sabemos de casos revoltantes de violência. E não apenas nas grandes metrópoles. Já chegou aqui. No nosso Estado, na nossa Itajaí. Aos poucos, talvez por medo, vamos perdendo o calor humano, o amor ao próximo, ao ponto de quebrar regras legais e voltar a utilizar a retrógrada prática do “olho por olho, dente por dente”.

Recentemente Itajaí demonstrou ao Governo do Estado sua insatisfação com a segurança amarrando um suposto bandido num poste. O gesto foi claramente um grito escandaloso pedindo por atenção. Contudo, novamente o governador Raimundo Colombo tapou os ouvidos para Itajaí. Nada fez. Nada fará! Precisamos urgentemente de ações efetivas do Estado. Merecemos viver sem medo. Que nenhum cidadão de bem precise “sujar as mãos” tentando fazer a Justiça – que não é de sua competência. Ouça-nos.

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