
No dia 17 de dezembro completa 50 anos da formatura da primeira turma da Esag (antiga Escola Superior de Administração e Gerência, hoje Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas), uma das células formadoras da Udesc. O orador daquela turma, prestes a completar 21 anos, ainda daria muito o que falar: era Esperidião Amin Helou Filho.
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Neste meio século, Amin tornou-se um dos grandes protagonistas da política catarinense. Prefeito de Florianópolis, indicado e eleito, deputado federal três vezes, senador duas vezes, governador duas vezes, candidato a presidente da República. Sempre com o mesmo número 11 de um partido que muitas vezes mudou de nome e hoje se chama Progressistas.
Em uma conversa descontraída, o senador falou sobre o atual momento da política brasileira e catarinense, relembra e avalia momentos do passado político, vitórias e derrotas, o sonho presidencial e a volta à política.
Leia a entrevista a seguir ou, se preferir, assista ao vídeo com os principais trechos:
Upiara Boschi – O senhor sempre foi filiado ao PP, que teve outros nomes, mas continuou sendo o mesmo partido. Um partido conservador. Mas em vários momentos o senhor flertou com o outro lado: início da campanha pelas eleições diretas para presidente em 1983, aliança com o PDT de Brizola em 1985, com o PT de Lula em 2006. Hoje o senhor convictamente defende o governo Jair Bolsonaro. Como Esperidião Amin se define politicamente?
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O primeiro estatuto de partido que eu li foi o do PDS (Partido Democrático Social, criado em 1980 e que deu origem ao atual PP). Não acho que seja o estatuto de um partido de direita. É conservador em termos de costumes ou de usos, mas é um partido preocupado com a justiça social e a transparência, tão necessária para a honestidade, o zelo com o dinheiro público e o respeito ao cidadão. Já divergi muito dentro do partido. Seja PDS, o PP, Progressistas, como se denomina hoje. São muitas siglas, mas sempre fomos o 11.
Falar em coerência é uma coisa muito complicada. Devo ter cometido vários erros, mas fico contente porque posso dizer que divergi dentro do partido.
Upiara – Mas como o senhor se define politicamente, como se enxerga no espectro político?
Não consigo me ver como um liberal em função do país em que nós vivemos. Me sinto próximo daquilo que se chama de social-democracia. Até prefiro a democracia social. Democracia significa respeitar as regras de uma eleição e seus resultados. E ter uma preocupação com o social, mas não com o assistencialismo, mas com a oportunidade para que as pessoas empreendam, cresçam, tenham acesso à educação, a uma saúde razoável. Se alguém procurar o que significa a social-democracia, verá que é para onde está evoluindo o mundo, especialmente na Europa.
Upiara – E no Brasil?
Qual é o partido social-democrata? Temos o PSDB com esse nome e o PSD. Acho que estamos em transição.
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Upiara – Os nomes dos partidos significam alguma coisa no Brasil?
Acho que significam cada vez menos, por causa da fragmentação havida. Esse é o meu conforto. Por que não mudei de partido? Porque este partido em que estou suportou minhas divergências. Devo isso àqueles que suportaram minha indisciplina ao que estava estabelecido. Na questão do colégio eleitoral, por exemplo, eu não fico satisfeito porque estava certo.
Fico satisfeito porque consegui manter uma linha com alguns denominadores comuns. E em segundo lugar porque consegui ser suportado pelo eleitor e pela direção do meu partido.
Upiara – Como enxerga esse momento político de tantos extremos, em que parece que tudo que o outro lado fala é totalmente errado, só um lado tem a verdade?
Vou pontuar aqui claramente: o ex-presidente Lula sair da prisão beneficiou a quem politicamente? Jair Bolsonaro. Aquilo que o Saramago dizia, Deus não perdoou Lúcifer com a seguinte frase: “para que eu seja forte, é preciso que tu existas e sejas forte”. Essa polarização que a eleição do ano passado mostrou, pensa-se que pode prosseguir na medida de que essas duas figuras consigam polarizar a política brasileira. E é possível que aconteça.
Upiara – Acha isso positivo?
Acho que não é bom, mas as evidências mostram que isto é possível. Isso vai empobrecer o debate, radicalizar ainda mais as posições e transformar o desentendimento nacional em uma torcida de um lado para que o outro não dê certo. Ou seja, para que o Brasil não dê certo.
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Upiara – E o senhor vê nas discussões políticas que temos agora uma liderança que possa quebrar essa polarização? Luciano Huck, João Dória, Rodrigo Maia, Ciro Gomes, alguém lhe inspira?
Estamos vivendo um momento de ruptura. Precisamos que essa ruptura não seja transformada em um desastre social, econômico, político, institucional e que surja uma coexistência. Não é concordância. É tolerância. Aceitar que o outro pode ter fundamento de razão. Digo, com pureza de alma, que atingi este estágio. Não acho que o outro não tenha razão em nada.
Abstraídas as questões de condenação pela Justiça, que você tem que respeitar, especialmente quando emergem de uma decisão de colegiado, nós temos que coexistir. É a primeira missão básica para que tenhamos sistema e regime democráticos.
Everton Siemann – E como a gente faz para coexistir neste momento, o que as lideranças políticas, os brasileiros, os catarinenses, podem fazer?
Menos insultos e mais propostas. Mais discussão sobre o conteúdo da tua proposta, da tua ideia, e até mesmo, no caso de uma administração, das formas que ela esteja utilizando como padrão de desempenho. Como ensinava Santo Agostinho, ter a coragem de criticar o pecado sem insultar o pecador.
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Everton – O senhor é uma pessoa bem-humorada. O que o tira do sério?
A intransigência, o dogmatismo. “Eu sou o certo”. Sempre que alguém me apresenta essa convicção, essa certeza de que ele é a verdade e que discutir com essa verdade é uma insolência, sempre acho que vou me incomodar (risos).
Upiara – O senhor já foi assim?
Todos nós já fomos assim. Especialmente no lidar com o superior. Seja com o pai, com o professor, o padre, o pastor.
A insurgência, a rebeldia, faz parte da nossa vida. O duro é passar para o lado do bombeiro e compreender que faz parte do ciclo biológico, político, da vida.
Upiara – O senhor já sonhou em ser presidente da República. O que guarda desse sonho?
Eu não parei de sonhar. Enquanto estiver vivo eu sonharei.
Upiara – O que o senhor faria?
Acho que eu faria um grande esforço de coexistência e não tenho dificuldade com isso. Não tenho nenhuma dificuldade de ouvir, respeitar, concordar ou não. Mas procurar na mensagem de quem pensa aparentemente com uma diferença diametral em relação àquilo que penso alguma coisa que não enxerguei ou não estou conseguindo enxergar.
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É possível que o que ele enxerga seja real. Tirar da divergência, que é uma riqueza, algumas resultantes que consigam melhorar o resultado.
Upiara – Como foi concorrer à presidência?
Foi emocionante e foi frustrante. Há alguns detalhes da campanha que me encorajam. É por isso que falo que não vou parar de sonhar nunca. Não fiquei contra o Plano Real (implantado naquele ano e base da campanha que levou Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, a vencer a disputa em primeiro turno), mas criticava uma questão do Plano Real e isso me enfraqueceu politicamente. Em 1994, eu dizia: este barco vai navegar carregando uma corrente que no fim vai imobilizá-lo, é a taxa de juros. Nesses 25 de anos de Plano Real, quanto pagamos de sobretaxa de juros? O último cálculo que fiz, ano passado, deu mais de R$ 5 trilhões. Diferença entre a taxa praticada no Brasil e a praticada no Ocidente. Ou seja, temos uma economia com o Real razoavelmente estável há 25 anos. O dólar já valeu R$ 0,90 e hoje está em R$ 4,20. Isso é razoavelmente estável, não precisamos eliminar três, ou quatro ou 16 zeros (cortar zeros e rebatizar a moeda era prática frequente nos anos de hiperinflação, controlada a partir do Plano Real). Mas pagamos um juro extraordinário.
Eu não estava errado quando dizia que era mais barato pagar a dívida, transformar em títulos, e começar a vida nova com responsabilidade fiscal. Nem evoluímos tanto na responsabilidade fiscal, haja vista o escândalo do Rio de Janeiro.
Upiara – O senhor diz que não perdeu o sonho de ser presidente da República. E governar o Estado pela terceira vez?
Enquanto a gente estiver na política, tem que encarar isso não como uma obstinação. Imagina o quanto eu queria ser eleito governador com 34 anos (em 1982). Imagine o meu desejo de ser candidato a presidente em 1989, quando disputei uma convenção e perdi (para Paulo Maluf). Imagina em 1994. Eu não aparecia mal nas pesquisas. Algumas me colocavam como segunda opção em um nível muito bom. O problema é que também ali se estabeleceu uma polarização entre o Real, que foi uma conquista extraordinária, e o anti-Real. E foi crescendo depois, a ponto de o Lula ganhar as eleições de 2002, inclusive em Santa Catarina. Então, sonhar é lícito.
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Sonhar sem se atirar no sonho de maneira absoluta, a qualquer preço, é uma questão de maturidade. Como disse Rudyard Kipling, “sonhar sem fazer dos sonhos teus senhores”.

Everton – São 50 anos envolvido com a vida pública. Quando o senhor dorme, sonha com política, com gestão pública?
Sonho. Meu principal sonho é sempre relacionado à educação. Comecei a lecionar em 1968. Há 50 anos estou na gestão pública e há 51 anos comecei a lecionar no Instituto Estadual de Educação. Depois na Esag, onde conheci a companheira da minha vida (Angela Amin), que era funcionária. Ou seja, não corrompi aluna (risos). Faculdade de Educação, UFSC. Minha última disciplina foi empreendimentos e modelos de negociação, que renovou em mim as experiências do primeiro governo, quando a gente apostou no pequeno em todos os sentidos. Desde o pequeno produtor rural até o pequeno empreendedor.
Upiara – Voltando ao governo atual, do presidente Jair Bolsonaro. O senhor tem elogiado a agenda econômica do ministro Paulo Guedes. Não tem a impressão de que esse governo são muitos governos?
Esta parte de estimular o empreendedorismo é o Paulo Guedes, mas é do Bolsonaro também. Ele já me disse que plantou arroz, pescou, tentou um monte de coisa na vida. É metido a fazer negócio, sabe da dificuldade. Nisso vem essa coisa de desburocratizar, deixar o cara tentar, arriscar, quebrar. Nisso a roda gira. Milhares vão falir, milhares vão sobreviver.
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Upiara – E a da ala ideológica do governo, o que o senhor acha?
Acho que ele faz um esforço muito grande para manter aquele patamar básico de eleitores. Por isso ele está mais quieto, porque soltaram o Lula.
Upiara – Ouvi um pesselista dizer “agora que o Lula está solto vamos poder parar de brigar com nós mesmos”. É a lógica?
É. Não tem muita coisa para fazer. Até porque o Lula também vai mudar. Ele saiu e eu brincava com o pessoal do PT: “eu conhecia o Lula quando ele falava com o Frei Betto, o nosso catarinense Leonardo Boff, mas ele anda conversando com alguém diferente, porque essa versão do sermão da montanha que ele está declamando na saída de Curitiba, essa eu não conhecia (risos)”. É o sermão da montanha versão 2019 (risos). O cara sai (da prisão). Menas (sic), como diria o Lula, menas (sic).
Como que o Lula ganhou eleição? Carta aos Brasileiros, promessa de respeitar contratos.
Upiara – Mas a moderação não está fora de moda?
O Lula, o Ciro Gomes, o Dória, o Luciano Huck e quem mais pretenda concorrer a presidente, o Esperidião, nós vamos fazer o jogo do radicalismo? Não é só o Bolsonaro que é radical, vamos com calma.
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O jogo do radicalismo vai nos levar para uma solução ruim para os radicais e pior para o Brasil. Pior porque vai impregnar os cidadãos de radicalismo. Vou procurar saber quem você é para ficar contra ou a favor.
Upiara – O senhor acha que há risco no Brasil de uma ruptura institucional como já houve?
Não temos clima para isso. Acho que já temos anticorpos suficientes. Mas não podemos ficar abusando. Nunca se deve medir até onde o elástico aguenta. O limite é arrebentar o elástico. Exemplo, o Supremo tem o direito e o dever de evoluir (um entendimento), mas não o de ser ciclotímico.
Essa coisa de votar a prisão após a condenação em segunda instância quatro vezes em dez anos, isso não é evolução, é ciclotimia. Isso é muito ruim, pelos efeitos que essa oscilação provoca.
Upiara – E boa parte da sociedade antagonizada com o Supremo por isso.
Há um belo texto da Dora Kramer em que ela diz que o Supremo está perdendo a excelência. Decisões isoladas (de ministros) você fulaniza. O pior é essa ciclotimia. Agora prende, agora solta. E quando solta, solta um monte.
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Upiara – Mas o Supremo também cresceu muito na omissão do Legislativo em legislar, o senhor não acha?
Acho que sim. A primeira coisa que falei foi do Supremo. A segunda é o Congresso, que não pode se omitir em questões que sensibilizam algumas lideranças suas. Por exemplo, foro (privilegiado), que não se vota na Câmara. Segunda instância é um escândalo. O Supremo se desgastou com a decisão e nós já estamos nos desgastando. É muito rápido. O que a sociedade esperava é que o Congresso, que estava vindo razoavelmente bem, desse uma resposta. Prosseguindo, o Executivo também não pode ter uma posição de gestão facciosa. Não pode inspirar coisas como “a Folha de S. Paulo não pode entrar aqui”. Que é isso?
Upiara – O presidente é mal assessorado nesse tipo de questão ou é aquela fidelização do eleitor mais radical que o senhor falou antes?
Nesse ponto, acho que ele não se deixa assessorar. Tem algumas coisas pétreas.
Upiara – O senhor tem bom diálogo com o presidente Bolsonaro, ele gosta de lhe citar, mandou aquele abraço na cama do hospital durante a recuperação do atentado.
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O abraço era a propósito da nossa parceria na questão da impressão do voto, que é um assunto atual. Neste fim de semana, a Polícia Federal constatou, a pedido do TSE, duas falhas que o TSE considera superficiais. Já penso diferente, acho que tudo que é eletrônico é “hackeável”. No abraço (de Bolsonaro), ele abraçava o parceiro dele na luta pela impressão do voto.
Upiara – Aquele abraço, na cama do hospital, naquele momento, ajudou o senhor a sobreviver à onda de renovação e vencer a eleição para o Senado?
Acho. Penso diferente do (governador) Moisés (Amin ri, brinca com a fala do governador em entrevista à revista de 9 de novembro, quando disse que não se sentia em dívida com Bolsonaro pela eleição). Sou grato. E procuro ser grato porque conheço os níveis do inferno de Dante.
Sei que no último, no nono andar do subsolo, o pior de todos, sob vigilância de Lúcifer, estão os traidores de seus benfeitores. Então, evite merecer o nono subsolo, que deve ser muito ruim (risos).
Upiara – O abraço lhe poupou da onda 17 em 2018, mas em outra onda, a de Lula em 2002, o senhor sucumbiu e perdeu a reeleição para o governo em que era favorito.
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E bem avaliado.
Upiara – Credita aquela derrota apenas à onda Lula ou cometeu erros?
Cometi vários erros. A questão do vice. Meu parceiro principal, que era o PFL, vetou o Paulo Bauer (eleito vice-governador em 1998 e substituído por Eni Voltolini na chapa em 2022) e eu que paguei o pato. Quando se perde uma eleição por 21 mil votos, tem um monte de culpados. Agora, teve uma onda.
Upiara – O senhor tentou ser candidato a governador em 2018, chegou a lançar uma chapa com João Paulo Kleinübing (DEM) de vice. Acha que com aquela chapa, Bolsonaro poderia ter apoiado ou senhor ou pelo menos fazer o PSL não ter candidato?
Isso é uma hipótese, nunca chegamos a conversar. Mas seria possível. Aliás, seria possível e seria a única forma de a gente fazer força para chegar ao segundo turno e ganhar. Em qualquer outra hipótese nós perderíamos para o candidato do Bolsonaro no segundo turno.
Upiara – E o que o senhor acha do governo do candidato do Bolsonaro?
Ele não é mais do Bolsonaro (risos).
Upiara – E o governo de Carlos Moisés, como o senhor avalia?
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Ainda falta uma marca.
Upiara – Em entrevista recente a um colega o senhor disse que o governo era “monotonamente coerente”.
Não está mais sendo coerente. Ele foi eleito no bafejo de uma candidatura que o inspirou. Vamos ser bem claros. O Bolsonaro foi eleito. Eleger quer dizer escolher. Carlos Moisés foi votado, como foram votados os deputados estaduais e federais. É diferente. Acho que o governador viveu essa encruzilhada de ser o governador do Bolsonaro ou tentar a individualidade. Respeito a decisão dele. A única crítica que faço é à declaração de que acha que não deve nada ao Bolsonaro. Isso é um negócio que até agride.
Agora, ele dizer que o Bolsonaro mudou de partido e ele não vai mudar, tem todo o direito e até o dever político de fazer aquilo que é mais adequado para a condução de sua responsabilidade.
Upiara – Como o senhor vê o Progressistas neste momento, um partido que claramente tem dificuldade de se renovar?
Acho que todos os partidos no Brasil têm essa dificuldade. A melhor seção do nosso partido é a do Rio Grande do Sul. Não teve candidato a governador na última eleição.
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Upiara – E aqui em SC?
Vamos viver o mesmo problema. Quem são os nomes do nosso partido para uma majoritária? Hoje é o Joares Ponticelli (prefeito de Tubarão, ex-presidente da Alesc), que andou tremendo para mudar (de partido).

Upiara – Como é fazer parte de uma família de políticos?
Às vezes ficam nos comparando com a família do Bolsonaro, né? Mas eles são uníssonos. Vai ter agora um quinto, que chama Renan (refere-se a Jair Renan Bolsonaro, quarto filho de Bolsonaro, que consta como um dos fundadores do Aliança). Eles têm uma unicidade.
Upiara – O senhor diverge muito da Angela?
Muito. E do João, demais. Acho que no nosso estilo, podemos divergir, tomar atitudes divergentes.
Upiara – No que a Angela política é diferente do Esperidião?
Ela fala muito menos (risos).
Upiara – Ela ainda controla suas finanças?
Completamente, completamente (risos).
Upiara – O senhor recebe uma mesada?
Recebo uma mesada.
Upiara – E ela é justa nos reajustes?
Não! Absolutamente injusta (risos).
Everton – Tem uma flâmula do Avaí aqui no seu escritório. O que o senhor espera do Leão em 2020?
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Olha, eu ainda não consegui assimilar 2019. Estou em processo de interiorização da catástrofe para diminuí-la (risos). Como fazia Fernando Henrique, que recebia a bomba e deixava ela num cantinho. Estou na fase de amenização da dor. Uma vergonha, né?
Everton – O senhor sempre brinca sobre sua careca, que é uma marca pessoal. Como é ter orgulho da careca?
É uma velha história, um trauma que venci. Comecei a perder cabelo aos 13 anos. Imagina o que é um guri, no início da puberdade. Perdi por causa de uma doença, um sarampão. Está na moda agora. Mais de 40 graus de febre, perdi as unhas. Voltou (o cabelo), caiu de novo. Eu e uma irmã perdemos cabelo com o sarampo, mas o dela voltou.
Everton – Como foi a virada?
Tive que vencer, né? Uma época da minha vida eu usei boina para esconder.
Everton – Depois virou a marca registrada.
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Agora quando alguém diz que pode ter um tratamento eu digo “longe de mim, pode me estragar muito” (risos).
Everton – E aquela frase de que é dos carecas que elas gostam mais?
Há controvérsias, mas tem um fundo de verdade. Depois que a Sabrina Sato me pediu para dar um beijinho na careca na posse (como deputado federal) em 2011, ao lado da minha mulher. E eu disse: “aqui, Sabrina?” (risos). Tem essas coisas de beijar a careca, deixar a marca. Pior é quando um homem beija. Aí é muito ruim. Mas a gente suporta. Numa campanha eleitoral, esse é o menor dos pedágios (risos).
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