A mulher de hoje tem prioridades bem diferentes das que tinham as gerações passadas. Se antes ela engravidava após a adolescência, hoje retarda a primeira gestação para depois dos 35 anos. Mas a grávida enfrenta um problema idêntico às gestantes do século passado: a pré-eclampsia.

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Segundo a ginecologista Rosa Neme, o problema está diretamente relacionado à pressão alta. O distúrbio pode acontecer a qualquer momento da segunda metade da gravidez – a partir de 20 semanas.

– É preciso estar muito alerta, no caso de mulheres que têm histórico familiar de hipertensão, para evitar qualquer alteração em seu quadro clínico – aconselha a médica.

De acordo com ela, se a pressão subir muito, é recomendável, além da internação, a administração de remédios apropriados, que não prejudiquem o bebê. Quando detectada, a gestante precisará medir a pressão arterial com frequência e fazer exames de sangue e de urina para verificar a presença de proteínas. A complicação do quadro é chamada de eclampsia e ocorre em uma de cada 200 mulheres com pré-eclampsia.

Demétrio Gomes, ginecologista e obstetra, responde a algumas dúvidas relacionadas à pré-eclampsia.

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A pré-eclampsia é mais comum na primeira gravidez?

Sim. Geralmente a pré-eclampsia ocorre por uma alteração celular na própria placenta, e as mulheres, durante a primeira gestação, estão mais expostas a esse tipo de problema. Principalmente, as menores de 15 anos e as com mais de 35 anos.

O inchaço é o principal sintoma do distúrbio?

Não. O edema no corpo é uma consequência da hipertensão, que leva à retenção de líquidos e ao aumento de proteína na urina. O inchaço afeta as pernas e, em alguns casos, braços e rosto.

O problema provoca aborto?

Não, pois ele ocorre a partir da 20ª semana de gravidez, quando o feto está formado. O principal risco é de partos bastante prematuros, com bebês de baixo peso.