Uma pesquisa realizada na Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, concluiu que o exercício moderado pode ser mais motivador que um treinamento mais intenso na busca por um estilo de vida mais saudável.
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A epidemia de obesidade tem enormes consequências socio-economicas, e décadas de campanhas de saúde não fizeram progressos significativos. Pesquisadores da Universidade de Copenhagen estão buscando desenvolver novos métodos interdisciplinares de prevenção e tratamento deste problema generalizado. Para o professor Bente Stallknecht do Departamento de Ciências Biomédicas da Faculdade de Saúde e Ciências Médicas, da Universidade de Copenhagen, a obesidade é um problema social complexo que requer uma abordagem multidisciplinar.
Em um novo artigo científico, os pesquisadores combinaram dados de estudos biomédicos dos corpos com os dados etnológicos sobre as suas experiências durante o período de teste de 13 semanas. Segundo Stallknecht, esta abordagem é essencial para explicar o fenômeno.
– Isso nos permite explicar o pano de fundo para o fato surpreendente de que 30 minutos de exercício diário é tão benéfico como uma hora de treinamento físico duro. As pessoas do grupo que praticou menos tempo de exercícios pareceram ter mais energia e estarem mais motivados em relação a busca por um estilo de vida saudável – diz o professor.
Relação com a vida cotidiana
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No ano passado, uma equipe de pesquisa monitorou pouco mais de sessenta homens moderadamente acima do peso – mas saudáveis -, durante 13 semanas em seus esforços para chegar na melhor forma. Os homens que se exercitavam 30 minutos por dia perderam uma média de 3,6 kg durante os três meses, enquanto que a perda de peso foi de 2,7 kg para aqueles que se exercitaram por uma hora inteira.
Por meio de entrevistas qualitativas com base na experiência etnológica, os pesquisadores aproximaram os participantes identificando as barreiras culturais em relação à formação e mudança de hábitos arraigados.
Para a a etnóloga e professora Astrid Jespersen, as informações qualitativas oferecem uma possível explicação para os dados biológicos surpreendentes. Os indivíduos do grupo que praticava menos tempo de exercícios tiveram um aumento dos níveis de energia e uma maior motivação para o exercício e para seguir uma vida saudável.
– Eles sobem as escadas, levam o cachorro para um passeio extra ou vão de bicicleta para o trabalho. Em contrapartida, os homens que se exercitaram durante uma hora por dia, após o treino, se sentiam exaustos, desmotivados e menos abertos a fazer uma mudança saudável. Estamos vendo, portanto, que uma quantidade moderada de exercício impacta significativamente nas práticas cotidianas das pessoas – afirma Astrid.
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Interdisciplinaridade pode aumentar a motivação
A cooperação está gerando agora projetos conjuntos de pesquisa adicionais – entre outras coisas, a iniciativa de abordagens interdisciplinares que visam desenvolver novos métodos para lidar com a epidemia de obesidade – tanto a nível individual quanto social.
– Ao abordar um problema complexo como a obesidade, diversas disciplinas devem ser empregadas, e as pesquisas devem ser vistas a partir de uma perspectiva mais geral. Décadas de campanhas de saúde têm se mostrado pouco eficazes porque temos sido incapazes de incorporar o significado, por exemplo, psicologia, cultura e as estruturas sociais – diz o Astrid.