Felipão pode se irritar com a escolha de adversário, mas não há como não olhar para frente e projetar os próximos adversários do Brasil. Nesta segunda, Chile e Holanda se enfrentam e definem quem ficará com a primeira colocação do Grupo B. O Brasil, que tem tudo para garantir a vaga diante de Camarões, pega um dos dois nas oitavas de final.
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Zero Hora entrevistou repórteres e comentaristas para perguntar quem eles preferem como adversários da próxima fase.
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PRANCHETA ZH – Perguntas
1) O Brasil poderá escolher o adversário, pois entrará sabendo quem ficou em primeiro ou segundo no Grupo B. É melhor pegar o Chile ou a Holanda?
2) Quais os pontos fortes e fracos do Chile?
3) Quais os pontos fortes e fracos da Holanda?
Sílvio Benfica, apresentador da Rádio Gaúcha
1) A primeira preocupação do Brasil tem que ser voltar a jogar bem, como na Copa das Confederações. Voltando o bom futebol, volta a confiança. Em princípio é melhor enfrentar o Chile, a Holanda me parece mais compacta e forte.
2) O movimento ofensivo do Chile é bom. Aránguiz aparece bem na frente, e a velocidade de Vargas é importante. Os problemas estão no sistema defensivo. E é um time baixo.
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3) Na Holanda, prefiro citar os movimentos ofensivos, com Sneidjer, Robben e Van Persie. Com 30 anos, o Robben impressiona pela velocidade e pela qualidade final nos lances, com um drible único e mortal.
Leonardo Oliveira, editor de esportes do Diário Gaúcho
1) O Chile seria um melhor adversário para o Brasil. Embora o bom momento da seleção de Aránguiz e Vargas, a hierarquia sul-americana pesa no momento do mata-mata, é um confronto doméstico no ambiente da Copa. Em 1998 e 2010, os chilenos voltaram mais cedo pelas mãos de brasileiros.
2) Jorge Sampaoli montou uma máquina do meio para a frente. Talvez tenha em mãos a melhor safra da história do futebol chileno, que sempre teve grandes atacantes – Carlos Caszely nos anos 70/80 e a dupla Salas e Zamorano nos 90. A velocidade do ataque impressiona, com Vargas e Sánchez, apoiados pela chegada do meio de Aránguiz e Vidal. Atrás, porém, deixa a desejar. A baixa estatura, típica do chileno, atrapalha. Sem contar que os zagueiros e laterais, principalmente Mena, do Santos, são vacilantes.
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3) A Holanda segue a mesma linha do Chile. Forte do meio para a frente, mas com zagueiros que comprometem. Louis Van Gaal adotou esquema com três talvez por isso. Contra a Austrália, tiveram trabalho contra Cahill e McKay. De Jong é um pitbull à frente da área, sozinho é capaz de segurar um meio-campo, De Guzman segue na mesma linha, mas com bem menos intensidade. Do meio para a frente, o trio Robben, Sneijder e Van Persie faz parte hoje do grupo dos melhores do mundo. Quando um é bem marcado, caso de Sneijder no Beira-Rio, os outros desequilibram, como fizeram Robben e Van Persie
Maurício Amaral, integrante do Pretinho Básico
1) Não é bom entrar em campo escolhendo o resultado, porque normalmente se um time entra pra empatar, acaba perdendo. Teoricamente, é melhor pegar o Chile, porque o Brasil impõe respeito, mete medo nos chilenos, como se fosse um irmão mais velho. A Holanda vai encarar o Brasil de igual para igual. Já nos eliminou, assim como nós também já eliminamos eles. A Holanda está num momento melhor, por isso pegar o Chile seria mais tranqüilo.
2) O Chile é forte no ataque e no conjunto, mas é fraco no peso na camisa, na tradição em Copas do Mundo. Na fase de grupos, a falta de tradição não interfere, mas na hora da decisão, do mata-mata, a camisa pesa bastante.
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3) O ponto forte é o melhor atacante do futebol mundial: Robben. Como se não bastasse a Holanda ainda tem van Persie, jogando o fino da bola. A deficiência holandesa é chegar e não conseguir levantar a taça. É como se fosse o Vasco da Gama. A síndrome do vice, do quase, mas um dia isso acaba.
Zé Alberto Andrade, repórter da Rádio Gaúcha
1) É melhor pegar o Chile, por ser uma seleção bem conhecida do Brasil. Além disso tem uma zaga baixa e não tem jogadores de qualidade, como os holandeses Robben, van Persie e Sneijder.
2) Os pontos fortes do Chile são a velocidade do ataque e o toque de bola. As deficiências se concentram na defesa baixa e nos jogadores fisicamente mais fracos.
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3) O setor ofensivo e a força física de Robben são o que de melhor possui a seleção holandesa. Já a defesa vaza também, e deixa a desejar, embora seja mais forte que a do Chile.
Sérgio Boaz, repórter da Rádio Gaúcha
1) O Chile é um grande freguês do Brasil, porém, é a melhor seleção chilena dos últimos tempos. Tem jogado um futebol de comprometimento com o esquema traçado pelo técnico Jorge Sampaoli. Por outro lado, a Holanda possui na história resultados que foram traumáticos para o Brasil. Copas de 74 com o famoso carrossel e 2010, na África do Sul. A seleção holandesa assusta pelo seu constante improviso e determinação de atacar. Considero melhor pegarmos o Chile.
2) O ponto fraco do Chile é sua defesa baixa. O ponto alto é, sem dúvida, um excelente meio-campo e os atacantes Vargas e Sanchez. Aránguiz é peça fundamental no esquema.
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3) Não considero confiável o setor defensivo do time treinado por Louis Van Gall, com velocidade e boas tabelas é possível ficar na cara do gol. O toque de bola, a individualidade e o improviso são os pontos altos, Robben é fora de série, Van Persie não perdoa na cara do gol. Sneijder continua jogando muito. É um grande time.
Cleber Grabauska, comentarista da Rádio Gaúcha
1) O Brasil pode, mas não vai escolher adversário. A razão principal é que o time do Felipão ficou devendo nos dois primeiros jogos, é visto com desconfiança e precisará vencer para recuperar a confiança, mostrar evolução e acalmar a torcida. Além disso, mesmo que a Holanda tenha mais grife, os dois possíveis futuros adversários são do mesmo nível, com qualidade no ataque e deficiências na defesa.
2) Do meio pra frente é um time com muita qualidade. Aránguiz e o atacante Alexis Sánchez, até aqui, são os mais regulares dessa turma. Mas o principal nome chileno é o meia Arturo Vidal, da Juventus. Em ambos os times, a marcação e o sistema defensivo são os pontos fracos. O Chile demonstrou isso no jogo de abertura contra a Austrália. Vale destacar também que a zaga do Chile é baixa.
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3) A maior ameaça é o trio ofensivo com Sneijder, Robben e Vann Persie. Robben surpreende com as arrancadas e Van Persie é um atacante versátil. Além deles, o lateral Blind é um excelente apoiador, tendo feito três assistências que resultaram em gol. Na Holanda, a zaga foi renovada. Talvez a inexperiência possa ser um problema na hora da decisão. E outro problema permanente dos holandeses é o volante De Jong, que bate e bate muito.
Maurício Saraiva, comentarista da RBSTV
1) O menos pior é enfrentar o Chile, por mais que o time sul-americano tenha melhorado comparado a si mesmo. A Holanda é uma equipe com mais jogadores de qualidade testada em grandes confrontos europeus e joga muito firme defensivamente, o que não acontece com o Chile. A fragilidade chilena é justamente sua defesa baixa.
2) O ponto mais forte do Chile é sua segunda metade, ou seja, seu meio-campo para frente. Um quarteto de alta qualidade formado por Vidal, Aranguiz, Vargas e Alexis Sanchez. São velozes, se movimentam e criam muitas chances com desperdício superior ao ideal. O ponto frágil do Chile, além de sua zaga muito baixa, é uma saída de bola de alto risco. O Chile erra passes e seus jogadores tentam dribles a 30 metros do próprio gol, uma imprudência que pode custar caro ao conjunto da obra formada por Jorge Sampaolli.
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3) O ponto alto da Holanda é seu ataque formado por jogadores complementares. Disse e escrevi antes da Copa, só por isso reitero agora: a Holanda tem o melhor ataque do mundo com Van Persie e Robben. Se Sneijder recuperar parte da sua boa forma técnica de quatro anos atrás, a Holanda se torna ainda mais perigosa. O ponto fraco do time holandês é seu setor de armação. O ala Blind é quem arma lá de trás. Quando Depray entrou contra Austrália o time melhorou neste quesito, mas a formação original carece de um armador.